Disse Deus à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e os és entre todos os animais selváticos, rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida (Gênesis, 3:14). Um réptil foi deixado como exemplo por Deus de como se portaria Satanás dali por diante. Quando Deus se referiu a Satanás como uma serpente, estava referindo-se, na verdade, ao seu caráter, astuto e sagaz. Quando Deus disse que a serpente comeria do pó da terra todos os dias de sua vida, Ele não estava apenas falando que a serpente iria rastejar no chão, mas sim que a sua fome, a partir daquele momento, seria saciada apenas pelo pó da terra (carne), ou seja, pelas carnalidades e, acredite, a fome da serpente é insaciável! Tudo o que provém da carne é pó e o pó só volta para um lugar, porque disse Deus a Adão: “Tu és pó (referindo-se as carnalidades de Adão) e ao pó tornarás (referindo-se a terra)”. Gênesis 3:19 e Eclesiastes 12:7. Portanto, nossas carnalidades são pó e todas as vezes que agimos motivados pela carne, governados por ela, usamos de carnalidades, que são cheias de brechas, e é desse pó, ou seja, das carnalidades, que a serpente do engano se alimenta. Deus sempre faz paralelos entre animais e pessoas ou animais e reinos, como no casso das visões de Daniel, onde os os animais foram utilizados por Deus para representarem impérios que dominariam o mundo, dando características de cada um deles e, neste caso aqui, da serpente, não é diferente.
 
As brechas causadas pelas carnalidades dão acesso direto à alma e quando Deus disse à serpente que ela “rastejaria sobre o seu ventre”, referia-se ao “EU”, ou seja, o inimigo de nossas almas, Satanás, encontraria por meio das brechas da carne, uma forma sorrateira de entrar na alma, por meio de um ventre almático chamado “egoísmo”, cheio de si e vazio de Deus. Não é atoa que o império Grego, descrito no livro do profeta Daniel, tem a simbologia de um leopardo com asas, representando o ventre da estátua do sonho de Nabucodonosor, por se tratar de um reino que propagou o “eu”, a filosofia, o homem como deus e a sexualidade como algo a ser desvendado de todas as formas possíveis. Ventre é o lugar onde a vida é concebida pela mulher e a morte também. Lembre-se: Satanás só age de fora pra dentro. Certa vez, um dos Fariseus foi ter com Jesus durante a noite, este se chamava Nicodemos, e perguntou-lhe: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao “ventre” materno e nascer segunda vez? Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (João, 3:3-5). A mulher representa a igreja, sendo assim, o ventre representa todos nós, mas a luz que ilumina os nossos caminhos é Jesus, porque Ele é a luz do mundo. Quando não há um novo nascimento, automaticamente, Cristo não é o centro e giramos ao redor de nós mesmos, do nosso “próprio ventre” ou como diz um ditado popular: “Olhando para o nosso próprio umbigo” e isso corre por meio dos egoísmos, e a única coisa que geramos com isso é a morte, e é exatamente ai que o inimigo, a serpente, o Diabo entra, rastejando de forma sorrateira, sem você menos perceber, por meio dos nossos sentimentos egoístas, para dar o bote e acredite, temos muitos egoísmos que precisam ser mortificados em Cristo. Esses egoísmos, quando não são confessados, crescem e se tornam como gigantes na alma, provocando os juízos de Deus, assim como, por tantas vezes, ocorreu na história bíblica.
 
Certa vez, Jesus arrodeado pelos fariseus (doutores da lei, grandes teólogos da época), lhes disse: “Raça de víboras (referindo-se a eles como filhos da serpente, do diabo), como podeis falar coisas boas sendo maus? (eles não haviam nascido de novo, eram filhos do Diabo). A boca fala do que está cheio o coração” (Mateus, 12:34). Aquilo que você fala diz exatamente quem você é, porque você só revela, por meio de palavras, o que está no seu coração, e não se engane, as suas atitudes também falam por si. Quando um homem, que não é governado pelo Espírito, age movido pelo governo da alma (que é escravizado pelas carnalidades), pela mente, vontade e emoção, ele permite que a serpente rasteje sobre o seu ventre, ou seja, que domine o seu “eu” e governe no lugar do Espírito Santo de Deus, como isso é sério! Os que são governados pela alma, se tornam o centro de si mesmos, são egoístas, avarentos, mesquinhos, amantes de si mesmos e, muitas vezes, se autopromovem a deuses, como foi o caso do rei Nabucodonosor, que se engrandeceu de tal forma (Daniel 4), que foi julgado por Deus na mesma hora, ficando sete anos agindo como um animal, até reconhecer a soberania de Deus, o único Deus. Referindo-se a esses, o apóstolo Paulo os chamou de “inimigos da Cruz de Cristo” e porque não dizer, anticristos: Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, “o deus deles é o ventre” e a glória deles esta na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas (Filipenses, 3:17-19). Note que Paulo diz, “o deus deles é o ventre,” o “EU” deles é quem os governa e é no ventre que a serpente, Satanás rasteja, anda, passeia, ciranda e também governa por meio de suas emoções, utilizando-se de espíritos maus, dominadores, principados e potestades, e também, de dominadores na mente, de prisões e de cadeias. 
 
Sempre que saímos do governo do Espírito Santo e nos deixamos guiar pela alma, ela se torna a expressão da carne, do pó e tudo o que ela expressa são as obras da carne, representando a Terra da qual Deus mandou Abraão sair, dizendo: “Sai da tua terra” Veja aqui esse estudo. As carnalidades são conhecidas: Prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro como já, outrora, vos preveni que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam (Gálatas 5:19-21). As mesmas obras difundidas pelo império Grego ao mundo. Por isso, não se surpreenda quando o inimigo estiver usando das brechas de uma determinada pessoa para oprimi-la, afrontá-la, causando medos e discórdias entre outras manifestações, em fim, lembre-se: Satanás rasteja pelo ventre e tem fome do pó, das obras da carne, esse é o alimento que a fortalece. Digo, porém, andai no Espírito e jamais (nunca, em momento algum) satisfazeis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer (Gálatas, 5:16-17).
 
 

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