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O livro do profeta Daniel é riquíssimo de revelações sobre o tempo do fim que, particularmente, acredito já estarmos vivendo. No entanto, quero despertar-lhe para algo sério e que acontece muito no meio cristão, motivo esse, que tem levado muitos a abandonarem a fé em Cristo. Quando lemos o livro do profeta Jeremias, vemos que Deus escolheu o rei Nabucodonosor para ser uma referência dos Seus juízos na Terra, ou seja, o Senhor, literalmente, entregou às nações da Terra, que agiam em rebeldia às ordenanças de Deus, nas mãos do rei da Babilônia e nenhuma nação podia fugir desse decreto divino. Imagine só, um único homem, Nabucodonosor, sendo levantado para dominar toda a Terra é algo muito forte! E que, certamente subiria à cabeça de qualquer homem sem o governo do Espírito Santo. Quando Israel foi sitiada e tudo foi destruído, incluindo o Templo de Salomão, muitos judeus foram levados cativos para a Babilônia, dentre eles: Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que eram jovens, porém, haviam encontrado graça e favor diante de Deus, recebendo uma especial sabedoria e inteligência da parte do Senhor (Daniel, 1:17).

Um dos momentos cruciais, que levou os quatro jovens judeus a obterem destaque diante do rei Nabucodonosor, foi quando o mesmo teve um sonho perturbador e, sem entender, mandou chamar todos os seus magos, adivinhos, encantadores, feiticeiros, místicos e astrólogos para que adivinhassem o sonho e o interpretassem, mas todos que ouviram isso, ficaram impactados com tal pedido e responderam que não havia nenhum ser humano sobre a Terra capaz de cumprir tal exigência (Daniel, 2:1-10). Só que, sem saber, na hora que eles responderam isso ao rei, afrontaram ao Deus de Israel. Contudo, essa declaração deixou o rei tão furioso, que ele, ali mesmo, ordenou a execução de todos os místicos e magos da Babilônia. Todavia, Daniel ao saber disso, de forma prudente e sabia, pediu para apresentar-se ao rei, rogando-lhe apenas um prazo, ao fim do qual ele lhe daria a revelação que o rei tanto buscava. Durante a noite, após clamar juntamente com seus amigos, Deus deu a revelação do sonho e o seu significado a Daniel, que exaltou o nome do Senhor (Daniel, 2:12-22).

Após receber a revelação, Daniel foi levado a presença do rei pelo comandante Arioque, que disse ao rei: encontrei entre os exilados de Judá um homem que esclarecerá o seu sonho (é como se o próprio Deus dissesse que há sim sobre a Terra homens que Ele usa poderosamente). E na presença do rei, Daniel respondeu dizendo: o segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao rei. Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça que tiveste na tua cama são estes (Daniel, 2:27-28). Deus se agradava da postura daqueles quatro jovens e havia escolhido Daniel para um propósito maior. Daniel, então, começou a relatar ao rei a revelação do sonho e a sua interpretação, dizendo: a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração. Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra. Este é o sonho; também a sua interpretação diremos na presença do rei. Tu, ó rei, és rei de reis; a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, e a glória. E onde quer que habitem os filhos de homens, na tua mão entregou os animais do campo, e as aves do céu, e fez que reinasse sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro (Daniel, 2:30-38).

Note que antes de dar a revelação, Daniel reconhece que não é mais especial do que ninguém, pelo contrário, ele se humilhou e deu toda a honra e glória para Deus. Porém, o ponto crucial ao qual quero chamar-lhe atenção, neste estudo, está na interpretação do sonho, mais precisamente na cabeça da estátua que era de ouro puro e que simbolizava o império babilônico de Nabucodonosor, a quem Deus havia entregado “o reino, o poder, a força, a glória e os filhos dos homens, os animais do campo e as aves do céu”. Imagine o alívio que Nabucodonosor sentiu ao ouvir que ele era a cabeça de ouro daquela estátua e que antes dele não havia existido nenhum e depois dele os metais seriam inferiores ao ouro. Naquele momento, a soberba e o orgulho de suas obras encheram o coração de Nabucodonosor de tal modo, que mesmo reconhecendo o Deus de Daniel e conferido a ele e aos seus três amigos honra e poder dentro da província da Babilônia, não teve o seu coração voltado e entregue para Deus, a ponto que, logo depois, deslumbrado pela interpretação da revelação divina, mandou construir uma estátua de 27 metros de altura, o equivalente a nove andares de puro ouro para ser adorada.

Nabucodonosor certamente pensou que por ser a cabeça de ouro do sonho da divindade de Daniel, tinha o direito de erguer uma estátua toda de ouro para representar o seu domínio e império na Terra, e o que é pior, obrigou todos, do maior ao menor, de todos os povos, línguas e nações que se prostrassem diante da estátua para adorá-la e quem não se prostrasse, após ouvir todos os instrumentos escolhidos para aquela cerimônia, seria lançado em uma fornalha de fogo ardente (Daniel, 3:4-6). O problema é que muitos homens escolhidos por Deus fazem exatamente como o rei Nabucodonosor, que ao receberem uma revelação da parte de Deus, para realizarem algo, muitas vezes, nunca feito antes por nenhum outro homem na Terra, se ensoberbecem e dão lugar ao “orgulho da santidade e das obras próprias”, fazendo daquela revelação uma imagem de ouro. Com isso, acabam caindo da graça. Como assim? Não significa que a pessoa realmente construirá uma imagem palpável, mas faz da revelação de Deus, do seu ministério, da sua placa denominacional, do seu dom ou do seu talento uma imagem com aparência de incorruptibilidade, ou seja, cria-se em volta da revelação, um ídolo, levando outros ao seu redor, quer seja da sua casa ou da sua igreja, a se renderem, mas não a Deus e sim a revelação que Deus deu, condenando àquele que não se rende a revelação a maldições e, até mesmo, à morte por meio de “feitiçaria gospel”.

Entenda: “a revelação que Deus te deu não pode se tornar a sua estátua de ouro!” Cuidado para não se perder com o que Deus tem te dado, peça sabedoria do Senhor e seja humilde para reconhecer que Deus dá e Deus tira. Maldito é o homem que pensa que a revelação que Deus o entregou é maior do que uma vida, pelo contrário, a revelação de Deus sempre trará vida e não morte. Há muitos ministérios suntuosos, como se fossem grandes impérios babilônicos, com grandes riquezas e honras, fazendo grandes prozas em nome de Deus e levando àqueles que não concordam ou não aceitam o que está sendo feito com a revelação, a serem lançados em fornalhas ardentes, são literalmente excomungados da igreja e saem, até mesmo, sendo caluniados, quando, na verdade, eles não foram contra a revelação de Deus, mas sim, contra o que foi feito da revelação!

Paulo nos dá um alerta quanto a isso: Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe para que não caia (1 Coríntios, 10:12). Nabucodonosor julgou estar em pé, achou-se dono da revelação de Deus, e por isso, ergueu uma estátua de ouro. Você não é o dono da revelação divina, o dono é Deus, Ele apenas te escolheu para um propósito e se você usar da revelação que Ele deu para se promover ou ousar achar que tudo foi edificado pela tua “santificação própria”, tome muito cuidado, porque Nabucodonosor pensou assim e acabou comendo capim por sete anos! (Daniel, 4:28-33). Glorifique sempre a Deus por ter entregue a você tamanha responsabilidade, não se exalte por causa da revelação, não rebaixe, não critique, não exponha ou humilhe com palavras ninguém, por causa do cargo que você exerce, afinal, quem é você para edificar ou derrubar algo Nabucodonosor? Porque tudo é d’Ele e, para Ele, são todas as coisas. Amém! Nenhuma autoridade te foi dada, sem que do Céu tenha sido entregue a você, lembre-se sempre disso! Não dê lugar para a santidade própria ou para o orgulho de suas obras, pois sem Deus, nada podemos fazer.

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