Quando eu tinhas 7 anos de idade, acreditava em tudo que via e ouvia e tinha um desenho animado que eu gostava muito, o do super-homem, nossa eu achava o máximo quando ele voava e eu queria voar como ele porque eu acreditava que podia e certa tarde eu peguei uma toalha vermelha, coloquei nas costas e disse pro meu irmão mais velho, o Júnior, que iria voar, ele com seus 9 anos de idade, já sabia mais ou menos o que iria dar aquela minha invenção e pra ajudar ele pôs um fino colchão ao pé de uma árvore no fundo do quintal e eu subi aquela árvore o mais alto que pude e me arrumei num galho, abri os braços e meu irmão gritou: “voa maninha” e eu voei direto pro chão e quebrei o braço pela primeira vez, sim porque depois dessa quebrei mais 2 vezes, foram 3 no total, é uma história engraçada (risos) e claro fui pro hospital e meus irmãos foram repreendidos por minha mãe, mas eu me lembro de ter ficado muito frustrada por não ter voado, porque eu acreditava seriamente que podia voar e aquela cena específica da minha infância me marcou muito.
O governo da minha carne levou durante anos impurezas para o meu espirito e juntamente com a religiosidade que é uma capa maligna que não produz frutos digno de arrependimento (Mt. 3:7-10), me faziam morrer a cada dia e em vez de voar como a águia eu andava como caranguejo. Complicava tudo e tornava mais pesado o meu próprio fardo, tudo pra tentar ser uma super humana, oh! A profeta espiritual “au, au!”. Não conseguia separar responsabilidades naturais do espiritual, pois pra mim o espiritual só seria bom se o natural primeiramente estivesse ótimo, mas na vida do Espírito é o contrario, o lado natural só estará bom se o espiritual estiver governado pelo Espírito de Deus. Quando eu ouvia uma ministração e até mesmo uma profecia, pensava e agia como se tivesse que fazer tudo certinho, como um robô para que aquilo acontecesse na minha vida, ou seja, minha carne como sempre querendo governar tudo, a super humana estava lá novamente querendo usar a capa da religiosidade, da força do braço! As vezes eu até idealizava, ficava sonhando e imaginando que seria assim e seria assado, mas ai que ta a questão, eu não conseguia fazer o que queria, fazia exatamente o contrario do que eu queria e até mesmo deveria fazer, “porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero (com a força do meu braço, a super humana), consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim Rm. 7:15-17″. Eu era meu próprio inimigo, me deparava comigo mesma, com os meus defeitos, falhas e desejos e não aceitava aquilo, eu queria que aquela Alessandra sumisse, desaparecesse, não que ela morresse, apenas sumisse, mas não, ele estava ali convivendo comigo, dentro de mim, o meu “EU”, tão gigante, tão forte, tão alimentado por mim mesma, dando alimento a serpente do engano que come do pó, ou seja, de nossas carnalidades e me enganando cada vez mais (Gn. 3:14).
A nossa carne é fortalecida a cada gesto de egoísmo e os egoísmos nos fazem agir cegamente. O Senhor Jesus prestes a ser entregue, clamava ao Pai e dizia: Não peço que os tires do Mundo, mas que os livres do mal (João 17:15), fomos enviados ao mundo por Deus, somos humanos sim, porém isso não significa que devemos ser governados pela nossa carne. Existe uma diferença grande entre ser humano, tendente ao erro todos os dias, as tentações e ter esse lado humano, como criação de Deus, sendo governado pelo Espírito de Deus. Entenda algo: se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis (Rm. 8:13). Ou seja, nossas escolhas, financeiras, profissionais, sexuais, de relacionamentos, são guiados pelo domínio ou da carne ou do Espírito. Será que o fato de ser humano me da o direito de ser somente governado pela carne? Ou o fato de ser humano como criação de Deus, morada do Altíssimo, templo do Espírito Santo, me da o direito de ser governado pelo Espírito? Eis a resposta dada pelo Apostolo Paulo: Pois todos (ser humano, com seu espírito humano) que são guiados (governados) pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão (do homem caído, herança de Adão) mas recebestes o espírito de adoção (o ser humano, com seu espírito humano é renovado em Cristo), baseados no qual clamamos: Aba, Pai (Rm. 8:14-15). O que ocorre hoje é que a graça de Deus foi banalizada pela religiosidade a um ponto, como se o pecado fosse um acidente de carro, onde todos os dias eu bato o carro no mesmo lugar! E não deve ser assim, pois quando você escolhe ser governado pelo Espírito, o pecado é de fato um acidente e não algo banalizado na sua vida, porque você tem prazer na lei do Senhor. O fato de sermos humanos não nos da o direito de vivermos como escravos, de vivermos no Egito, de ficarmos o tempo todo sendo obrigados pelos nosso pecados a dar voltinhas no deserto, de forma nenhuma, o fato de sermos humanos, a imagem e semelhança dele, nos da o direito de herança nele, através de seu Espírito.