Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado (Rm. 7:14).

Quando eu tinhas 7 anos de idade, acreditava em tudo que via e ouvia e tinha um desenho animado que eu gostava muito, o do super-homem, nossa eu achava o máximo quando ele voava e eu queria voar como ele porque eu acreditava que podia e certa tarde eu peguei uma toalha vermelha, coloquei nas costas e disse pro meu irmão mais velho, o Júnior, que iria voar, ele com seus 9 anos de idade, já sabia mais ou menos o que iria dar aquela minha invenção e pra ajudar ele pôs um fino colchão ao pé de uma árvore no fundo do quintal e eu subi aquela árvore o mais alto que pude e me arrumei num galho, abri os braços e meu irmão gritou: “voa maninha” e eu voei direto pro chão e quebrei o braço pela primeira vez, sim porque depois dessa quebrei mais 2 vezes, foram 3 no total, é uma história engraçada (risos) e claro fui pro hospital e meus irmãos foram repreendidos por minha mãe, mas eu me lembro de ter ficado muito frustrada por não ter voado, porque eu acreditava seriamente que podia voar e aquela cena específica da minha infância me marcou muito.

Aos 17 anos, achava-me tão esperta e inteligente, tão cheia de “EU”, pensava que o fato de conhecer a bíblia e estar sempre orando fazia de mim uma pessoa melhor e mais santa, quanta religiosidade. Com o passar dos anos e as escolhas erradas a nível de alma e carne, como todo ser humano natural, sofri consequências que me fizeram ver o quanto sou egoísta e caminhava para a morte, não enxergava o quanto precisava do governo do Espirito Santo de Deus para ter vida (Rm 8:11,12). Com tantos tombos na vida, descobri que não era uma super humana, com super poderes para dominar quem eu era, pelo contrário, eu era uma super egoísta e fui criada para fazer tudo certinho como mandavam os Fariseus, me punindo e me cobrando sempre, querendo sentir, pedindo, pedindo, clamando, querendo ver o agir de Deus, não para ser transformada de glória em glória, mas para mostrar o que “EU” era capaz de fazer. Descobri com o passar dos anos que tinha manias que na verdade eram egoísmos cultivados há anos pela minha carne. Fui ferida e feri pessoas por causa de minha escolha errada de não depender do Espírito Santo e em vez de levar vida as pessoas, eu levava morte. Quanto mais eu descobria essas coisas, mais frustrada eu ficava comigo mesma, porque não tinha aprendido a lhe dar com o meu lado humano, com a carne, com minha alma e com meu espírito e olha que minha alma além de rebelde se achava o máximo, não aceitava errar, afinal tinha que mostrar, tinha que ter reconhecimento humano pra ser boa. Aprendi desde criança que deveria superar as expectativas e ser melhor na escola, (quanto engano) de ter as melhores notas, a melhor roupa, ser melhor no trabalho, enfim, não compreendia que a vida na verdade era tão mais simples e prazerosa se vivida no Reino Deus, que é Cristo em nós se movendo por meio de seu Santo Espírito (Mt. 3:2) e não no físico.

O governo da minha carne levou durante anos impurezas para o meu espirito e juntamente com a religiosidade que é uma capa maligna que não produz frutos digno de arrependimento (Mt. 3:7-10), me faziam morrer a cada dia e em vez de voar como a águia eu andava como caranguejo. Complicava tudo e tornava mais pesado o meu próprio fardo, tudo pra tentar ser uma super humana, oh! A profeta espiritual “au, au!”. Não conseguia separar responsabilidades naturais do espiritual, pois pra mim o espiritual só seria bom se o natural primeiramente estivesse ótimo, mas na vida do Espírito é o contrario, o lado natural só estará bom se o espiritual estiver governado pelo Espírito de Deus. Quando eu ouvia uma ministração e até mesmo uma profecia, pensava e agia como se tivesse que fazer tudo certinho, como um robô para que aquilo acontecesse na minha vida, ou seja, minha carne como sempre querendo governar tudo, a super humana estava lá novamente querendo usar a capa da religiosidade, da força do braço! As vezes eu até idealizava, ficava sonhando e imaginando que seria assim e seria assado, mas ai que ta a questão, eu não conseguia fazer o que queria, fazia exatamente o contrario do que eu queria e até mesmo deveria fazer, “porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero (com a força do meu braço, a super humana), consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim Rm. 7:15-17″. Eu era meu próprio inimigo, me deparava comigo mesma, com os meus defeitos, falhas e desejos e não aceitava aquilo, eu queria que aquela Alessandra sumisse, desaparecesse, não que ela morresse, apenas sumisse, mas não, ele estava ali convivendo comigo, dentro de mim, o meu “EU”, tão gigante, tão forte, tão alimentado por mim mesma, dando alimento a serpente do engano que come do pó, ou seja, de nossas carnalidades e me enganando cada vez mais (Gn. 3:14).

A nossa carne é fortalecida a cada gesto de egoísmo e os egoísmos nos fazem agir cegamente. O Senhor Jesus prestes a ser entregue, clamava ao Pai  e dizia: Não peço que os tires do Mundo, mas que os livres do mal (João 17:15), fomos enviados ao mundo por Deus, somos humanos sim, porém isso não significa que devemos ser governados pela nossa carne. Existe uma diferença grande entre ser humano, tendente ao erro todos os dias, as tentações e ter esse lado humano, como criação de Deus, sendo governado pelo Espírito de Deus. Entenda algo: se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis (Rm. 8:13). Ou seja, nossas escolhas, financeiras, profissionais, sexuais, de relacionamentos, são guiados pelo domínio ou da carne ou do Espírito. Será que o fato de ser humano me da o direito de ser somente governado pela carne? Ou o fato de ser humano como criação de Deus, morada do Altíssimo, templo do Espírito Santo, me da o direito de ser governado pelo Espírito? Eis a resposta dada pelo Apostolo Paulo: Pois todos (ser humano, com seu espírito humano) que são guiados (governados) pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão (do homem caído, herança de Adão) mas recebestes o espírito de adoção (o ser humano, com seu espírito humano é renovado em Cristo), baseados no qual clamamos: Aba, Pai (Rm. 8:14-15). O que ocorre hoje é que a graça de Deus foi banalizada pela religiosidade a um ponto, como se o pecado fosse um acidente de carro, onde todos os dias eu bato o carro no mesmo lugar! E não deve ser assim, pois quando você escolhe ser governado pelo Espírito, o pecado é de fato um acidente e não algo banalizado na sua vida, porque você tem prazer na lei do Senhor. O fato de sermos humanos não nos da o direito de vivermos como escravos, de vivermos no Egito, de ficarmos o tempo todo sendo obrigados pelos nosso pecados a dar voltinhas no deserto, de forma nenhuma, o fato de sermos humanos, a imagem e semelhança dele, nos da o direito de herança nele, através de seu Espírito.

Quando Deus mandou o profeta Samuel ungir o novo Rei de Israel, ele esteve diante dos filhos de Jessé e quando se deparou com o mais velho e mais forte, ele como um ser humano, naquele momento sobre influência da carne, pensou exatamente o que talvez nos pensaríamos naquele momento: E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o SENHOR o seu ungido. Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração. (I Samuel 16:6-7). Deus rejeitou Eliabe, porque Eliabe não era governado pelo Espírito Santo de Deus, mas Davi sim o era.  Samuel nos mostra claramente aqui, como um profeta de Deus pode sofrer influências da carne, mas como Samuel era governado pelo Espírito de Deus, este logo o corrigiu e Samuel se deixou corrigir, assim também somos nós como seres humanos, podemos sim sofrer influências da carne, mas jamais devemos ser governados por ela. Imagine a catástrofe que seria se o profeta Samuel tivesse dado ouvidos a sua carne e ungido a Eliabe? Vendo essa passagem bíblica, consigo reconhecer a grandeza e a misericórdia de Deus. Não se engane, a Justiça de Deus esta há anos luz da nossa justiça. A beleza que existe em nós, por sermos humanos é que Ele nos fez a sua imagem e semelhança.
Não fique frustrado se você não pode voar como o super-homem ou porque sua alma está aflita,  se sentindo fraco e desanimado com todos os sentimentos negativos e imperfeições a flor da pele, vindo de ímpeto com sua alma por causa de influências da carne, te fazendo olhar para as circunstâncias da vida e pensando que não tem saída porque tem sim, em Cristo, que é a porta para a salvação. As vezes o senso de julgamento do lado humano influenciado pela carne começa a falar mais alto do que o Espírito, dando lugar a outros pensamentos de derrota, mas nesta hora, lembre-se que o verbo se fez carne, se fez humano e habitou entre nós, Jesus Cristo Homem como nós (João 1:14) sujeito as mesmas paixões, mas foi governado pelo Espírito de Deus e nos mostrou que como humanos, podemos ser cheios do Espírito Santo, tudo é uma questão de escolha. Não se culpe, não se julgue ou se cobre tanto, você é ser humano e não ser carnal, você hoje pode escolher ser um humano espiritual, elevado ao nível do Espírito. Para que o humano se torne divino é necessário mergulhar no Espírito, voar como águia, abrindo mão da capa de religiosidade e voado com as asas da fé para o Reino de Deus, abrindo mão da força do braço e deixando o véu se rasgar dentro de você, e lá, dentro do espirito humano, haverá uma morada, um lugar secreto onde Deus habitará, e de lá de dentro, fluirão rios de água viva e esses rios nos transformará de glória em glória, fazendo em nós e através de nós grandes coisas (Jo.7:38). Escolha ser um humano governado pelo Espírito de Deus e não governado pela carne. Amem!
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