Cristãos carnais e emotivos

Quando tomei a decisão de não mais ficar longe do Senhor e de seus caminhos, não foi uma decisão tão difícil  porque sentia saudades do Senhor, do seu toque e do meu ministério. Eu nunca havia sido feliz no mundo, eram apenas ilusões e emoções. Com o passar do tempo eu ainda  não tinha notado como o mundo estava enraizado dentro de mim e o quanto estava sendo uma cristã carnal. Sentia prazer em dizer que era evangélica, mas sempre nesses momentos eu acrescentava: “mas ainda não estou como Cristo quer que eu esteja”. Com o tempo ao falar isso varias vezes, fui percebendo que eu não estava mudando. Me via chorando no meio dos louvores e de pregações avivadas, mas meu comportamento diante do que chamava de pequenas mentiras e de murmurações e de gostar de coisas do mundo, do  cheiro do mundo e dos argumentos de que isso era normal, me autoenganava, afinal a época mudou, vivemos num tempo mais moderno e Deus só quer o coração do homem, mas porque razão então o Espírito Santo estava me incomodando tanto quanto a isso?

Cada vez que ia a igreja e ouvia a palavra de Deus e dobrava os joelhos para orar, sentia que estava faltando mais, uma entrega total que eu não queria fazer porque minha carne me dizia que isso não era necessário, mas algo em mim clamava essa mudança. Eu pensava: “não posso achar normal sair com uma roupa mais sensual e parar em um bar de classe alta e tomar uma cerveja como se isso fosse um habito normal de um cristão, mais eu também não quero ser fanática” aquilo passou a me incomodar, mas eu ficava calada, porque de certa forma minha carne amava estar ali, curte estar com as amigas e fazer o que o mundo faz, sair para os mesmo lugares e ter o mesmo cheiro e não dar testemunho de mudança de vida, porque para um cristão carnal o que importa é o coração, mas o coração quebrantado diante de Deus muda e não aceita viver uma vida de fachada e de meias verdades e se eu tinha me reconciliado com Deus e Deus olhava meu coração e eu sentia seu toque e me emocionava com seu mover, por que então aquilo em mim me incomodava tanto e por que eu não fazia algo para que aquilo mudasse?

Certa vez em casa sem fazer nada, resolvi ver uma pregação do Pr. Paul Washer e foi tão chocante que veio de encontro com tudo aquilo que estava vivendo, e ali percebi como eu estava me acomodando como uma cristã carnal, e vi o quanto isso estava sendo normal no meio da igreja. Eu me via cansada daquela forma de servir a Deus, sentia que estava errado e ao mesmo tempo era comodo, afinal todo mundo faz isso! Mas com o tempo fui cansando daquele jeito cristã carnal de ser e acomodação também me incomodava e vi que renunciar aquilo seria mais difícil que dizer: “te aceito em minha vida Jesus”. Eu não queria deixar de viver aquele comodismo, queria ficar ali, levando aquela vida, mas algo dentro de mim dizia: “você não… você eu escolhi para dar testemunho de mudança de vida, mudança de hábitos” Hoje as igrejas modernas pregam um Deus que não é Juízo, pregam um Deus que não vai dizer no último dia: Apartai-vos de mim maldito que praticais a iniquidade eu não vos conheço (Mt. 7:23). mas sim, Ele irá dizer isso, e cada um prestará contas de si mesmo, de suas atitudes, de suas escolhas a Deus. E este é o tipo de palavra que ninguém gosta de ler ou ouvir.

Você sabe qual é o sinal de alguém que se tornou um cristão genuíno? A maneira pela qual você pode ter certeza de que alguém se tornou um cristão genuíno é que ele terá como estilo de vida, agir de acordo com a vontade do Pai e a vontade do Pai é que não venhamos praticar a iniquidade e pra quem não sabe as iniquidades fazem separação, divisão entre vós e vosso Deus (Is. 59:02). Iniquidade em uma tradução bem clara: É o ato de transgredir a lei ou os bons costumes, ato de macarthismo e vem associada ao cinismo, ou seja, é a pratica do mau ato sem que a pessoa que o comete assuma ou reconheça que aquela ação é um ato errado ou cruel. A Iniquidade é o reconhecimento de normalidade diante de uma ação que é descabida e agressiva, ou seja se Deus nós deixou seus mandamentos e sua lei e nós a negligenciamos pelo simples fato de nos agarramos que vivemos debaixo da graça e com isso não cumprirmos sua palavra, então somos iníquos aos seus olhos.

Se você gosta das coisas do mundo, ama as roupas do mundo, gosta dos mesmos lugares do mundo, age como eles e se diz cristão e professa que Deus é amor e não Juízo e Justiça, então provavelmente você nunca conheceu a Deus e nunca pertenceu a Ele e tudo o que você sente é mera emoção das músicas gospel e não passa disso, pelo simples fato de suas atitudes não mudarem. Em Mateus 7:21 a palavra de Deus diz assim: Nem todo que me diz Senhor, Senhor entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Em momento algum Jesus disse, “de meu Pai que está no mundo” e sabe o que é pior, o pior é que eu estava assim, agindo como uma cristã carnal e cheia de iniquidades, fazendo errado e não reconhecendo com um homem que tem um coração segundo o coração de Deus faria. Como estilo de vida eu aderi ao novo estilo cristão de ser, um cristão mais social, nada de radical e sim social e com isso eu estava tentando me enganar.

A coisa mais importante do mundo não é que você conheça Jesus Cristo, mas que Jesus Cristo conheça você que se diz filho Dele!!! Ninguém entra no palácio da presidência só porque diz que conhece o presidente, você entrará se o presidente responder que sim, que você pode entrar porque Ele conhece você. Jesus te conhece? Quando somos filhos de alguém, automaticamente temos as características do pai, o andar, o jeito de falar e principalmente o sangue, o DNA isso vai confirmar que eu realmente sou filho do meu pai. Assim também deve ser com Deus, as características Dele devem estar em mim, no jeito de andar, de falar, devem estar em meu DNA espiritual. Eu desejo ir para o céu e entrar nas mansões celestiais, mas sei que para isso, terei que a cada dia renunciar a carne e confessar as iniquidades e desejar ardentemente mudanças em meu comportamento.