Sabe aquelas revelações que Deus nos dá e que parecem loucura? Então, esta é uma delas. Quanto mais conhecemos Deus, mais apaixonados por Ele nos tornamos, porque descobrimos, nesse relacionamento íntimo, que toda a Sua grandeza se encontra na simplicidade. Descobrimos, também, que orar, ler a Bíblia, adorar e louvar na companhia d’Ele, faz todo o sentido! Porque tudo o que precisamos está n’Ele. Ter intimidade com o Aba, nos leva a conhecer tudo o que Lhe pertence, incluindo a eternidade, assim como está escrito: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o governo está sobre os seus ombros, e seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, “Pai da Eternidade”, Príncipe da Paz (Isaías, 9:6). Para que possamos entender melhor esse olhar para a eternidade, vamos ao significado da palavra “eternidade” que, no hebraico, é עד Ìad e se refere ao que é infinito, a perpetuidade, para sempre, futuro e passado contínuo, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, porquanto o transcende. Seguindo essa linha de raciocínio, eternidade é algo sem começo e nem fim. No entanto, essa mesma palavra, eternidade, do latim é aeturnus, termo que, por sua vez, é uma derivação de aevum e significa ‘era’ ou ‘tempo’.
Na noite de 23 de abril, de 2016, enquanto participava de uma vigília, na casa de uma irmã em Cristo, no momento da adoração, com as minhas mãos erguidas aos céus, olhando firmemente para as estrelas, comecei a conversar com o Aba, meu Pai, Paizinho e perguntei como Ele estava? Como estava o dia d’Ele na “eternidade!” Tudo o que eu queria, naquele momento, era saber o que Ele estava fazendo. Eu sinceramente não desejei pedir por bênçãos, por mim ou por qualquer outra pessoa, eu só queria Ele, o meu coração bateu forte e, como sempre, na Simplicidade Grandiosa que só Ele tem, me respondeu, dizendo algo que, literalmente, me fez sair de onde eu estava e me senti transportada para um lugar que posso chamar de “incriável”. Ele me disse: Oi filha, minha princesinha, estou agora percorrendo a eternidade com os olhos, Eu Sou o Início e o Fim dela, Eu Sou o Alfa e o Ômega de todas as coisas.
Você faz ideia do que foi para mim ouvir aquelas palavras que nunca tinha ouvido antes de ninguém? Fiquei em choque! Como é possível percorrer a eternidade, algo infinito, somente com os olhos? Minha mente humana e limitada não entendia essa “loucura” de Deus e, sabendo o que se passava em meus pensamentos, Ele me respondeu: Filha, lembre-se, Eu Sou o Pai da Eternidade, Eu a criei, não para minha habitação, porque Eu habito em mim mesmo e dentro dos meus, criei-a para presentear aos meus filhos! Quanto mais o Aba me falava, mais “enlouquecida” de tanta revelação eu ficava. Entendi, ali, que Deus não tinha necessidade de criar a eternidade, porque Ele está acima dela, você faz ideia disso? Deus habita acima da eternidade, mas houve um momento em que Ele sonhou comigo e com você e já sabia que teríamos a necessidade de entender o infinito e de buscar a vida eterna, por isso, Ele a criou.
Tem um versículo no livro de Crônicas, que nos fala como Deus percorre a Terra com Seus olhos, dizendo: Porque, quanto ao Senhor (Deus absoluto), seus olhos percorrem por toda a Terra (Terra dos viventes, limites da Terra), para mostrar-se forte (para fortalecer, encorajar e sustentar) para com aqueles cujo coração (coração da carne, o coração da alma e o coração do espírito) é totalmente dele (completo, perfeito e em paz). 2 Crônicas, 16:9. Deus não percorre somente a Terra dos viventes com os Seus olhos, Ele percorre tudo o que criou, mais rápido do que a velocidade da luz, em frações incalculáveis ao homem e faz isso para encorajar, fortalecer e sustentar aqueles que têm o seu corpo, a sua alma e o seu espírito completamente entregues a Ele, porque, esses, são os verdadeiros adoradores. Muitos são chamados, mas poucos os escolhidos, porém, a questão é que os escolhidos não são melhores do que os outros porque têm mais dons e mais chances de vencer, nada disso. Os escolhidos são aqueles que atenderam ao chamado de Deus e, com alegria, o receberam em seus corações Veja aqui esse estudo. Já os chamados que não foram escolhidos, são aqueles que não deram uma resposta ao convite de Deus, por meio do Evangelho. O fato é que Deus não escolhe, Ele procura, é diferente! Nós é que escolhemos servi-Lo ou não! Disse o Mestre Jesus: Mas a hora vem, e agora é (Cristo havia chegado como presente encarnado da vida eterna), em que os verdadeiros (que não enganam) adoradores, adorarão (terão intimidade) o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai ‘procura’ (a fim de encontrar pelo pensamento, sondando o coração) a tais que assim o adorem (João, 4:23).
Quando Deus criou a eternidade, pensando em mim e em você, Ele a deu de presente para o Filho, Jesus Cristo, como nos disse o apóstolo João: E o testemunho é este: que Deus nos concedeu (nos presenteou) a vida eterna, e essa vida está no seu Filho! Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida (João, 5:11-12). Portanto, quando Deus procura verdadeiros adoradores, certamente que não procura por sobre a Terra, no natural. Sendo assim, onde você acha que Deus procura? Se Ele percorre a eternidade com os olhos, o que poderia estar oculto aos Seus olhos? Se nem no mais profundo abismo ou nos mais altos céus nos esconderíamos d’Ele, como disse o salmista! Contudo, há um lugar onde Ele procura, esse lugar é dentro de Cristo! Muitos fazem parte do corpo de Cristo, mas o coração não está completo n’Ele. Corações que ainda não se deixaram conquistar por Seu amor, ou seja, que não são perfeitos e entregues totalmente a Deus, sendo um só coração com Cristo, não são achados pelo Pai, porque são, justamente, esses corações alinhados com Cristo, que Ele procura. Mas uma coisa é intrigante em tudo isso: “por que razão Deus procura corações íntimos e alinhados com Cristo, uma vez que esses já são salvos?” Qual seria a real finalidade de Deus de ainda procurar por eles? O fato é que Deus habita n’Ele mesmo e a eternidade é apenas um presente que Ele criou pensando em nós, dando-a para que Cristo nos entregasse, mas o que Deus, de fato, deseja, é nos levar para estar com Ele nesse lugar, chamado Deus, para que juntos possamos percorrer a eternidade com os olhos Veja aqui esse estudo.
Enoque, que significa o dedicado, era o sétimo depois de Adão, número da perfeição, do descanso e a Bíblia relata que ele já não era e Deus o tomou para si (Gênesis, 5:24). Enoque foi arrebatado vivo, ele não viu a morte e vive, até hoje, com o seu corpo glorificado. Enoque não viu a morte porque entendeu que a eternidade havia sido criada para ele, por isso, passou a usufruir dela, como nenhum outro homem antes de Cristo havia usufruído. Enoque entrava e saia da eternidade, como quem entra e sai por uma porta, até que ele entrou e nunca mais saiu (que fique claro que essa é a minha crença, não está escrito, dessa forma, na Bíblia). Ele entendeu que aquela vida, em outra dimensão atemporal, pertencia a ele, por isso viu a segunda vinda de Cristo com as suas santas miríades, quando nem a primeira havia ocorrido ainda (Judas, 1:14). Enoque entrou nesse lugar infinito, “onde o que é já foi e o que há de ser também já foi e Deus fará renovar-se o que se passou” (Eclesiastes, 3:15); ele verdadeiramente percorreu a eternidade com os olhos juntamente com Deus e viu o que Deus já havia visto. Deus percorreu a Terra, espiritual, com os olhos e sondou em Enoque um coração completo e perfeito, entregue, totalmente, a Ele e o fortaleceu, o encorajou e o sustentou n’Ele, para que desfrutasse desse lugar incondicionalmente. Enoque foi arrebatado aos céus, porque entendeu esse lugar, acredite, ele ainda vive nessa dimensão atemporal com Deus. Tudo o que você é agora, nesse momento, já passou, Deus apenas irá revelar o que se passou a você (quem lê, entenda). Entre nesse lugar em Cristo, a ponto de ser encontrado pelo Pai e ultrapasse o portal do tempo, encontre-se com o Aba Pai, sentado na Sua simplicidade percorrendo a eternidade com os olhos, contemplando o que se passou.
