Estava meditando sobre as consequências de nossos atos, os frutos da nossa semeadura, os ciclos da vida que passamos de sete em sete anos e uma coisa é fato, o homem sem o governo do Espírito Santo nunca avaliará as consequências dos seus atos. A tendência do homem, de modo geral, é viver o que tem vontade sem pensar nas consequências, afinal, Deus é bom e perdoa tudo, não é mesmo? Após tantas tentativas de Deus mostrar o caminho para o povo de Israel chegar-se a Ele, usando de Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Josué e os quatorze Juízes que julgaram a Terra, no Antigo Testamento, não foi o bastante, pois o povo insistia no erro e não aprendia que, “quando um homem depende de outro homem para chegar-se a Deus a consequência sempre é a de um jugo pesado”. Houve uma profecia da parte de Moisés, no livro de Deuteronômio, que veio a se cumprir na época do último juiz e, também profeta, Samuel, que diz: Quando entrares na terra que te dá o Senhor, teu Deus, e a possuíres, e nela habitares (que representa para nós, hoje, o governo do Espírito), e disseres: Estabelecerei sobre mim um rei (que representa o governo que queremos seguir, da alma ou do espírito) assim como todas as nações que se acham em redor de mim (Deuteronômio,  17:14). Deus estava revelado a Moisés que, mesmo Ele mostrando-se como o Deus de Israel, que livra o Seu povo do Egito e realiza muitos milagres e sinais, o povo não se saciaria com o Seu governo Eterno, ou seja, com o governo do “Grande Eu Sou”, antes, teria a necessidade de outro governo, mas não o do Espírito, e sim, o de um rei, o governo de um homem que tivesse força e aparência de um líder, munido de carros e cavalos, assim como todas as outras nações, ao redor do mundo.

Tantas vezes o Senhor alertou em amor dizendo que Ele era o Rei e supriria todas as necessidades do Seu povo, contudo, Ele é um Deus invisível e não dividi a Sua Glória com outro — o que é muito ruim para quem busca a própria glória e os aplausos dos homens! Mas, certamente não era a glória de Deus que o povo de Israel buscava e, sim, a sua própria glória. Eles queriam uma “independência divina” e não importava qual seria o preço a ser pago para conquistarem isso. A Bíblia nos mostra que, tendo Samuel envelhecido, constituiu seus dois filhos por juízes sobre Israel (I Samuel, 8:1). Só que não foi Deus quem constituiu os filhos de Samuel por juízes, foi o próprio Samuel quem o fez, e eles seguiram caminhos errados, inclinando-se à avareza e pervertendo os direitos. Com isso, abriram brechas espirituais enormes que manifestaram-se no povo de Israel e os anciãos, os mais religiosos da época, aproveitaram-se daquela situação para manifestar a Samuel o que já estava em seus corações, dizendo: Vê, já estas velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constituí-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações (I Samuel, 8:5). — Fico imaginando como deve ter sido para Deus ouvir aquelas palavras, mesmo depois de tantos milagres, como deve ter doido no coração do Pai ouvir da boca do próprio filho, a quem tanto amava, que Ele não servia para ser Pai e Rei sobre ele! A profecia de Moisés se cumpriu, o povo de Israel queria um rei, os filhos queriam outra paternidade que não a de Deus, mesmo conhecendo a verdade, queriam outro governo, assim como as outras nações. Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade (você está recebendo o Evangelho do Reino), já não resta sacrifício pelos pecados, mas uma horrível expectativa de juízo e fogo ardente prestes a consumir os inimigos de Deus (inimigos de Deus são os que conhecem a verdade da Graça e ensinam com o julgo da lei). Ora se aqueles que rejeitam a lei de Moisés morrem sem misericórdia, mediante a palavra de acusação de duas ou três testemunhas, julgai vós, quanto maior castigo merecerá quem feriu os pés do Filho de Deus, profanou o sangue da aliança pelo qual Ele foi santificado, e insultou o Espírito da Graça? Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo! (Hebreus, 10:26-31).
Agora, quero que você leia este trecho seguinte com os olhos espirituais, pois farei uma analogia do nosso corpo, alma e espírito. Israel queria ficar parecida com as outras nações, ela queria ser conhecida como uma nação de reis. Com isso, ela escolheu não apenas a religião no lugar do governo do Espírito, mas algo muito mais perigoso! Porque, escolher um rei (governo próprio) no lugar do governo do Espírito é escolher deixar de ser filho para ser servo (escravo), tendo um coração altivo, que se eleva acima da soberania de Deus, rejeitando a Graça e invalidando a obra da Cruz de Cristo. Os reis no mundo espiritual, representam os filhos dos gigantes. — Calma que eu vou explicar! Quando aceitamos a Cristo e entramos na vida do Espírito, ou seja, tomamos posse da terra prometida, a primeira coisa que devemos fazer é combater os gigantes da nossa alma (que atacam a mente, as vontades e as emoções, são aqueles velhos hábitos que nos levam a pecar) dando-a para que o Espírito Santo a governe. Só que, depois que esses gigantes da alma são destruídos e caem por terra, devemos tomar muito cuidado, pois eles não morrem, mas geram filhos, que por sua vez se levantam e são constituídos como reis, que buscam assentar-se no trono da alma. Sabe aquele velho hábito que veio do mundo, um vício que você teve de vencer, um gigante que você teve de derrubar, então, quando ele cai por terra, como no caso de Golias, um inimigo aparentemente grande e invencível, levanta-se em seu lugar um rei, como no caso do rei Saul, aparentemente bom, inofensivo, mas cruel, que ama o trono e usurpa o governo do Espírito de Deus. Esses reis são piores do que os primeiros gigantes. — Imagine um gigante do susto caindo por terra (que te fez ser uma criança assustada com tudo), agora, pense que você orou e venceu esse gigante e ele caiu por terra, só que você não vigiou e ele gerou um filho, que cresceu e tornou-se o rei do medo na sua alma (você não é mais assustada, mas passou a sentir muito medo). Agora, imagine esse “rei do medo” deixando um descendente para assentar-se no mesmo trono, imaginou? O gigante trouxe o susto, o filho rei trouxe o medo, você pode imaginar o que este filho de rei é capaz de fazer? No mínimo uma síndrome do pânico! — Estou usando, é claro, de uma analogia para que você entenda, pois refiro-me aqui a sete espíritos piores, um abismo chamando outro abismo. Veja esse versículo: Filho do homem, dizei ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor Deus: Visto que se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no coração dos mares, e não passas de homem e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus (Ezequiel, 28:2).

Os filhos dos gigantes, os reis, possuem um coração tendencioso ao de Lúcifer, eles dominam, governam e, ainda, querem colocar o Espírito Santo em uma caixa de sapatos e dizer: “Fique ai! Quem manda aqui sou eu, eu que decido que horas o culto começa e que horas ele termina!” Quando os anciãos pediram um rei, Samuel sentiu-se rejeitado, pois aquelas palavras não o agradou e ele orou ao Senhor, que respondeu, dizendo: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para que eu não reine sobre eles (eles não querem o meu governo, nem o meu fardo leve e nem o meu jugo suave). Segundo todas as obras que fiz desde o dia em que os tirei do Egito, até hoje, pois a mim me deixou e a outros deuses serviu, assim também o faz a ti. Agora, pois, atende à sua voz, porém adverte-o (diga-lhe do jugo pesado que devem carregar por pedirem um rei) solenemente qual será o direito do rei (de tomar o trono do governo, que pertence ao Espírito e transformá-lo em um trono do governo da alma) que houver de reinar sobre ele (I Samuel, 8:5-9). Deus não queria que Israel saísse da Graça, deixando de ser filho para ser servo da Lei, carregando mais fardos e entrando em mais batalhas sangrentas, porém, o desejo do governo próprio era maior que qualquer palavra revelada do Criador e Salvador. Sempre que entramos na vida do Espírito, no governo central de Cristo, teremos de destruir os gigantes, mas devemos ficar atentos aos seus filhos do gigantes, que são pequenos e mais perigosos do que eles. Os reis são investidos de realeza, sempre assetam no trono da alma e de lá governam por meio das emoções. — Sabe aquele gigante da mágoa que não permitiu que o perdão fosse liberado completamente e você pensou tê-lo vencido com o tempo? Pois é, ele gerou um rei que se assentou no trono de sua alma, chamado “Trono do Governo do Espírito” e o tornou em “Trono do Governo da Alma”. Como isso é sério! Esses são os filhos dos gigantes, que se autointitulam reis. A hora que eles se assentam no trono da  alma, querem governar e passar por cima da soberania de Deus e isso fará com que o seu coração se eleve e pense que está acima do bem e do mal, cegando os seus olhos espirituais completamente na área governada por ele, e ele dirá: “Você é uma pessoa boa e não deve suportar essa situação; não dê a outra face; fique na sua; mantenha o seu orgulho; não perdoe; Deus não podia ter feito isso com você!” Esse rei, passará a usar de justiça própria. Como foi difícil para Deus ouvir aquele pedido de Israel. Samuel, ao ser persuadido com esse pedido, passou ao povo de Israel os direitos do rei que haveria de reinar, que são:

  1. Convocar os filhos para servir (deixarão de ser filhos para serem servos, sairão da maravilhosa Graça para a penosa Lei);
  2. Os servos carregarão os carros de guerra (usarão da força do braço, sairão do descanso);
  3. Marcharão e correrão à frente do carro do rei (Cristo não irá à frente e sim o homem);
  4. Determinará uns como comandantes e soldados (deixarão o descanso da alma para terem cargos com fardos pesados);
  5. Eles mandarão arar a terra (os homens lhes darão funções e trabalhos para serem vistos);
  6. Ensinarão a construir armas de guerra (lhe darão deveres, métodos e estratégias humanas para liderar igrejas inteiras na religião);
  7. As vossas filhas serão perfumistas, cozinheiras e padeiras (deixarão o descanso para servir como os homens);
  8. Tomará igualmente vossos campos, vossas vinhas e os melhores olivais, e os dará aos oficiais (você será persuadido a dar suas finanças sob a condenação da religião);
  9. Das vossas culturas e das vinhas cobrará o dízimo (o reis cobrarão o dízimo impondo o medo e deixarão a Graça para servir conforme os rigores da Lei);
  10. Os melhores dos vossos servos, servas, jovens, gados e jumentos serão para o seu uso particular (abusarão do poder de líder para humilhar os menores, que agora são servos também da religião);
  11. Exigirá, também, de vós um décimo dos rebanhos, e vós mesmos vos tornareis escravos dele (vocês amarão a escravidão, arrotarão para os quatro cantos que dão o dízimo e terão medo do devorador, migrador e cortador, não de Deus, mas das consequências de não dizimar);
  12. E naquele dia, reclamareis contra o rei que vós mesmos escolheram a Deus e Deus não atenderá as vossas queixas e nem as aflições (vocês vão começar a sentir o peso da religião, mas vocês a escolheram em vez de Cristo).
Mesmo Samuel tendo falado todos esses direitos, que mais eram jugo pesado, a troca da Graça pela Lei, mesmo assim, o povo recusou-se a ouvir a advertência e exclamou: Não! Queremos ter um rei! Eis, pois, que seremos como todas as demais nações (queremos o jugo em vez da Graça); um rei nos governará (rejeitamos o Deus que nos libertou da escravidão do Egito, não queremos Ele por nosso Rei, queremos um homem), e sairá a nossa frente para lutar em nossas batalhas! (I Samuel 8:11-20). E hoje tem ocorrido o mesmo, muitos líderes, pastores, homens que se intitulam ministros de Deus, mas não passam de servos da Lei, estão trocando o Governo do Espírito pelo governo da alma, ao escolherem um rei, ao escolherem métodos, técnicas, ensinando o povo a ficar dependente do homem, do sistema religioso e não de Deus, ensinando uma letra  que mata e pesa, em vez da Graça. Coitado do desviado que aprendeu dessa forma! Inimigos de Deus que estão fazendo com que muitos trilhem o caminho para o inferno. Todas as vezes que você escolher a mão do homem em vez da mão de Deus, não se iluda, você estará escolhendo um rei para governar no lugar de Deus, estará alimentado os filhos dos gigantes, ou seja, o governo próprio. Infelizmente, aprendemos errado do homem, aprendemos a usar o braço forte nas campanhas, sem poder faltar um dia sequer, pois se faltasse, Deus não daria a bênção, hipócritas! Os verdadeiros homens de Deus ensinam outros a buscarem e a aprenderem diretamente do Espírito Santo e não do sistema, trancados no quarto, hora após hora, orando e meditando na Palavra. Mas, enquanto você não fizer isso e não se render ao Governo do Espírito, a única coisa que você estará conseguindo com seus esforços teológicos, de letras, estudos e de argumentos formalistas e legalistas é juntar um monte de esterco. Claro que existem homens de Deus que nos inspiram a conhecer a verdade, mas muitos estão iludidos pelo poder do rei, da glória do rei, da majestade e autoridade que ele exerce, afinal, é melhor ter um rei visível, líder que busque, em vez de um Deus invisível, não é? Se você é incapaz de amar o irmão que está ao seu lado, por causa desse rei egoísta que está no trono do seu coração, quem dirá a Deus que não vê! Não há mais tempo de elegermos reis sobre nós, a porta da Graça está prestes a se fechar e você nem sabe que ela existe. O verdadeiro REI está voltado, Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
Livres pela Fé

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