Mica, no hebraico, significa “quem é semelhante a Jeová”. Essa história nos mostra como a religião engana o homem. A mentira é o oposto da verdade, mas o engano é similar, ou seja, parece com a verdade a tal ponto, que leva uma geração inteira a se corromper, seguindo por um caminho de idolatria e cegueira espiritual, achando que está fazendo o certo e seguindo a verdade. Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo será mal. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão (Mt. 6:23). Mica viveu em trevas, crendo que suas obras próprias eram boas e de luz, mas, na verdade, eram trevas e quão grandes trevas eram! Mica tinha uma alma sedenta de reconhecimento próprio. Para ele, fazer obras com esforço próprio o levaria à salvação. Mica surgiu em uma época que não havia juízes e nem rei em Israel, apenas homens que faziam o que achavam correto (Jz. 17:6). Mica representa aqui o engano, uma falsa sabedoria mergulhada em trevas, que vive como se estivesse na luz (Is. 14:14). Todavia, a Palavra de Deus nos ensina: Desperta, ó tu que dormes (os que andam despercebido como as virgens imprudentes que não vigiam), levanta-te (em espírito) de entre os mortos (mortos espirituais), e Cristo (que só opera por meio do Espírito) te iluminará (mostrará que a luz do engano, na verdade, são densas trevas) Ef. 5:14. É importante que você entenda, antes de continuar o estudo, que existe o governo da alma, que recebe influências diretamente da carne e o governo do Espírito Santo, este, por sua vez, é conquistado mediante uma transformação interior em Cristo, por meio de uma vida de jejuns, de orações, de meditação na Palavra de Deus e do edificar-se a si mesmo. Quanto ao governo da alma, Jesus nos ensinou, dizendo: Porque assim como o corpo sem espírito é morto (fala de um corpo sem vida do Espírito e não de um corpo humano que veio a falecer), assim, também, a fé sem obras é morta. Respondeu-lhe, porém, Jesus: Segue-me (tenha vida eterna, Jo. 3:16), e deixa aos mortos (no espírito) o sepultar os seus próprios mortos (Mt. 8:22 e Tg. 2:26).
A história de Mica inicia-se com um roubo de mil e cem ciclos de prata, que o mesmo fez contra a sua própria mãe, que não tem o seu nome mencionado na Bíblia, e ela lançou maldição sobre o dinheiro, uma ameaça terrível para aquele que o roubou. Diante disso, Mica apareceu devolvendo o valor roubado, mas a mãe, ao ver que o próprio filho a havia roubado, decidiu, de imediato, transformar a maldição em bênção e começou a bendizer ao Senhor por seu filho. A mãe de Mica representa aqui uma “igreja, um sistema religioso” corrupta, que é facilmente comprada por dinheiro, que acredita que da mesma boca pode jorrar bênçãos e maldições (Tg. 3:8-12), que usa a fé do filho em benefício próprio. Assim, restituiu os mil e cem ciclos de prata à sua mãe (Mica restituiu o dinheiro roubado por medo da maldição), que disse: De minha mão dedico este dinheiro ao Senhor para meu filho, para fazer uma imagem de escultura e uma de fundição, de sorte que, agora eu to devolvo (Jz. 17:2,3). Essa história nos ensina que quando um valor em dinheiro é devolvido por medo das maldições financeiras, esse dinheiro não acrescentará em nada à sua vida, porque quem muda você não é o ato de ofertar e nem o de dizimar, mas, sim, o desígnio correto do coração em ofertar. A igreja corrupta (a mãe de Mica aqui representada), primeiro, profere maldições e depois as bênçãos. Ela amaldiçoa justamente porque sabe que falando de maldição, o medo vai imperar no lugar da fé, agindo enganosamente sobre a mente (alma), levando a informação de que, “ofertar dinheiro é alcançar bens materiais e isso são bênçãos”. Os bens materiais, hoje, são os bezerros de ouro de antigamente, as imagens de esculturas vêm disfarçadas de bênçãos divinas. A mãe (a religião) distorce a Palavra de Deus, ela usa de engano (tal como a Serpente no Jardim do Éden) e ensina que, antes de devolver o dízimo, você era roubador e estava debaixo de maldição, mas, após dizimar, automaticamente, você se tornou digno de bênçãos. A mãe de Mica (a religião), nos ensina que o relacionamento com Deus depende do tamanho da oferta e que isso determinará a bênção ou a maldição na sua casa, porém, a verdade não é essa! O que faz de você mais ou menos abençoado é quem você se torna em Cristo, por meio de um relacionamento íntimo com Ele, e a oferta é apenas uma resposta desse relacionamento.
Mica estava mais preocupado com a maldição lançada sobre o dinheiro, do que com o seu comportamento diante do dinheiro, afinal, foi assim que ele aprendeu com a sua mãe. Muitos mortos espirituais, que vivem em trevas como se vivessem na luz, aprenderam do sistema religioso que o ato de dizimar e ofertar é mais importante do que o seu comportamento diante do dinheiro e a sua fidelidade diante do Senhor. Todavia, a fidelidade não está relacionada ao dinheiro, mas ao amor, ou seja, se o amor é a Deus, o dinheiro se torna uma consequência e fruto desse relacionamento e, ofertá-lo, será motivo de grande alegria, pois o homem fiel a Deus sabe que ofertando, vai cooperar para o Reino de Deus na Terra, mas, se o amor é ao dinheiro e não a Deus, a consequência é a raiz de todos os males e ofertá-lo será motivo de receber mais bênçãos materiais (1 Tm. 6:10); a motivação de ofertar e dizimar, neste caso, não é pela cooperação do Reino de Deus na Terra, mas pelo fato de alcançar mais “bênçãos”. Por tanto, as maldições vêm não pelo fato de dar ou não o dinheiro, mas pelo amor ao dinheiro. Com a mãe de Mica (sistema do engano), aprendemos que o não devolver o dízimo é um pecado digno de maldição financeira, quando, na verdade, o que Deus quer de você é TUDO! “Não é o dízimo e sim o tudizmo”. O tudo está relacionado aquilo que está proposto em seu coração, pois é do coração que procedem as fontes da vida. Se o teu coração é inteiramente do Senhor Jesus, automaticamente, tudo o que você tem também é d’Ele, e se algo é seu e conjuntamente do Senhor, então, como você o roubará? Não é o que entra que contamina o homem e sim o que sai (2 Co. 9:6,7), ou seja, o que procede do coração. Desde os dias de vossos pais (Adão), vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim (um convide de Deus para retornarem a vida no Espírito, antes da queda de Adão, mas o homem não compreendeu essa verdade), e eu me tornarei para vós outros (refere-se a intimidade de marido e esposa, de Cristo e a Igreja) diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis (homens governados pela alma são “vós e eles” e os governados pelo Espírito são “um com Ele) em que ponto precisamos voltar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos?” (Ml. 3:7,8). As coisas espirituais se discernem espiritualmente, por tanto, os filhos espirituais não roubam coisas materiais de Deus, pois Deus é Espírito e importa que os verdadeiros adoradores o adorem em espírito e em verdade, e a esses Deus sempre exalta (Lc. 18:9-14; 2 Co. 10:18). Mas os mortos espirituais roubam a “mãe, igreja corrupta” nas coisas materiais, porque o sistema religioso é materialista: Por isso, como é o povo, assim é o sacerdote (Os. 6:9).
A igreja corrupta é uma mãe que não tem marido e cria filhos sem Pai, sem a paternidade de Deus, é um corpo sem cabeça, uma igreja sem o governo de Cristo, e essa, nunca exalta ninguém, apenas promove o ego. Toda oferta dada por medo de maldições, legalismos, sofismas ou desejo de prosperidade, são promoção do ego, mas as ofertas dadas de todo o coração, são promoção do Reino de Deus na Terra (Mc. 12:41-44). Me roubais nas décimas partes (dizimo) e nas contribuições voluntárias (ofertas). As ofertas voluntárias roubadas de Deus, hoje, não se referem ao dinheiro que você deixou de ofertar, mas sim o quanto você deixou de exaltar o nome d’Ele para promover o seu, a fim de receber bens materiais como recompensa pela oferta. Um coração disposto a ofertar e dizimar, não apenas dez por cento, mas tudo o que está proposto em seu coração, não oferta pensando na recompensa e nem dízima pensando na maldição (isso é roubar a exaltação do nome de Deus). A oferta que agrada a Deus é aquela que você exalta o Pai, promovendo o Reino de Deus na Terra. Quem faz assim, sempre dá com alegria e semeia, tanto espiritualmente quanto financeiramente com fartura, não oferece leite, e sim, mel, não oferece carne, e sim, gafanhoto e por tal atitude diante de Deus, recebe com abundância tanto o espiritual, mergulhando em águas mais profundas no Espírito, quanto no material, onde consequentemente as bênçãos de ordem física o perseguem! Literalmente, correm atrás e batem na sua porta. Todavia, ninguém contenda, ninguém repreenda; porque o teu povo é como os sacerdotes aos quais acusa (os filhos do engano são como a mãe, o sistema religioso). Por isso, tropeçará de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua mãe (Deus fala da mãe, sistema religioso que fez tropeçar toda uma geração e essa será destruída) Oséias 4:4,5. Aleluia!
Quando Mica devolveu o dinheiro roubado à sua mãe e fez imagens de escultura, deixando-as em sua casa, nada mais nada menos, ele fez de sua habitação uma “casa de deuses” (Jz. 17: 4,5). Quando agimos governados pela carne e pela alma, estamos sendo motivados por nós mesmos, ou seja, por gigantes na alma chamados de “egoísmos” e fazemos o que nos parece reto, como as obras próprias, com isso, nos tornamos “casa de deuses” e essa casa (alma cheia de egoísmos) se torna um covil de salteadores (Mt. 21:13), um lugar de trevas e de roubos. Quando somos governados pelo Espírito Santo e honramos a Deus com o nosso corpo, então, nos tornamos “Santuário do Espírito Santo” (1 Co. 6:19) e a nossa motivação é exaltar Cristo e ser um com Ele, dessa forma, nos tornamos “Casa de Oração” (Is. 56:7; 28:11,12). Quando nos tornamos Santuário do Espírito Santo e Casa de Oração, passamos a ser cheios do conhecimento da glória de Deus e a semear, com fartura, o que é espiritual e o que agrada a Deus, dessa forma, nos tornamos em “Casa do Tesouro“, pois estamos cheios das riquezas do Espírito, e essas riquezas não perecem, pois têm valor eterno, são eternas. Logo, ao nos tornarmos Santuário do Espírito Santo, Casa de Oração e Casa do Tesouro, tendo todos esses tesouros espirituais em vasos de barro (2 Co. 4:7), aí, então, nos tornamos a “Casa de Deus” e, ali, o Senhor ordena a Sua bênção para sempre (Gn. 28:17 e Sl. 23:6). É você que escolhe qual casa quer ser, por isso, lembre-se: Trazei todos os dízimos a casa do tesouro (nós somos essa casa do tesouro), para que haja mantimento na minha casa (comida e bebida não de pão, mas do Espírito Santo, levar mantimento é dar o pão da vida que é Cristo); e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu (conhecimento espiritual, revelações, visões, sonhos, dons de governo etc.) e não derramar sobre vós bênçãos sem medida (as janelas do céu é uma ponte para as bênçãos sem medidas). Por vossa causa (não é pelo dinheiro que você oferta, mas pelo teu coração diante de Deus), repreenderei o devorador para que não vos consuma (Ml. 3:10,11).
Mica não buscava o governo do Espírito Santo, mas sim, um líder humano para lhe ser por pai: Então, lhe disse Mica: Fica comigo e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez ciclos de prata (Jz. 17:10). A religião nos ensina a buscar um “pai”, um líder no ser humano e não em Deus, não que seja errado ter líderes humanos, o errado é colocá-los no lugar que pertence a Deus. Um homem é fácil de dominar, pagar por seu trabalho, mas, Deus, quem domina? Quem paga por Seu trabalho? O homem não quer perder o domínio, quer dominar e pôr Deus em uma caixa de sapatos e dizer: “fique aí, até que eu precise de uma bênção!” (Jz. 17:18-20). O povo quando não tem conhecimento segue o sacerdote, e este, por sua vez, pode levar uma geração inteira ou às trevas ou à luz (Os. 4:6). O povo continua seguindo os princípios enganosos de Mica e andam guiados por guias cegos, continuam consultando pedaços de madeira, amuletos, óleo ungindo, água ungida, lenço ungido, martelo da justiça e por aí vai. O meu povo consulta o seu pedaço de madeira, e a sua vara lhe dá a resposta; porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu Deus (Os. 4:12). Não é no seu fazer que Deus opera, é no seu crer! Não é a quantia de dinheiro que determina a sua bênção ou a maldição, é o intento do seu coração. Ofertar vai muito além de dar dinheiro, envolve os desígnios do coração, de exaltar o seu nome ou de exaltar o nome de Deus. Quando nos rendemos a Cristo e chegamos à posição de “Casa de Deus”, ofertar torna-se um ato de muita alegria, é prazeroso, a ponto de os dez por cento ser apenas uma oferta diária na sua vida (quem lê entenda). Aleluia!
Gostei muito do estudo estória de Mica
Fico feliz que tenha edificado a sua vida.