Ao ler a história de um rei Josafá, filho de Asa, descendente do rei Davi, me deparei com um relato lindo de um homem, símbolo da Graça de Deus, na época da Lei. O significado do nome Josafá é “Jeová é juiz” Josafá ou Josefat é a forma abreviada do nome Jeosafá, que surgiu a partir do hebraico ‘Yehôshaphat’, que significa literalmente “Jeová julgou” ou “Jeová é o juiz”, em outras palavras, esse nome contém uma verdade riquíssima, porque se Deus é o nosso juiz e julga todas as coisas, logo, em Cristo, nos tornamos a justiça de Deus na Terra. Hoje, o nosso espírito é vivificado em Cristo e rendido ao governo do Espírito Santo, desde que busquemos isso diariamente. Sendo assim, o rei Josafá representa esse espírito justificado e vivificado em Cristo, que desfruta da Graça de Deus diante de tanto legalismo. No livro de 2 Crônicas, capítulo, 17:3,4 diz: O Senhor foi com Josafá, porque andou nos primeiros caminhos de Davi (andou na Graça), seu pai, e não procurou baalins (não usou de recursos humanos), antes, procurou ao Deus de seu pai (Josafá tinha paternidade) e andou nos seus mandamentos (na palavra viva) e não segundo as obras de Israel (nas obras da carne). O rei Josafá começou a reinar em Judá no ano 929 antes de Cristo e a história nos relata que o próprio Deus se alegrou tanto com ele, que confirmou o seu reinado (ministério), a ponto de toda a Judá trazer-lhe presentes (2 Crônicas, 17:5).
Deus fez com Josafá o mesmo que fez com Cristo. Quando Jesus saiu das águas do batismo, no rio Jordão, para assumir Seu Ministério, Deus disse: Este é o meu filho amado em quem me comprazo (Mateus, 3:17). Naquele momento, o mundo estava exposto diante da Graça, porque a Graça não é um sistema religiosos, é uma pessoa, Jesus Cristo de Nazaré! No meio de uma geração perversa, por meio da Graça, que é Cristo, Deus confirma o nosso chamado diante dos homens e recebemos, da parte de Cristo, presentes de valor eterno, que nem a traça e nem a ferrugem corrói, independente do nosso passado. A história nos relata que no terceiro ano do reinado de Josafá, o seu maior anseio era o de levar a verdade a todo o povo de Judá, e ele enviou os seus príncipes de cidade em cidade para anunciar as Boas Novas da Lei do Senhor. Esse ato de Josafá livrou Judá das práticas de adoração ilegítimas, ou seja, ele abriu os olhos do povo quanto aos perigos da religiosidade, do sistema humano e caído, da herança adâmica. Josafá, literalmente, deu vista aos cegos, porque ensinava a Lei do Senhor, é como se ele saísse nas ruas de Judá declarando os Salmos de Davi, seu pai, dizendo: A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é verdadeiro, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos. São mais desejáveis do que o ouro, sim, do que muito ouro refinado; são mais doces do que o mel e o destilar dos favos (Salmos, 19:7-10).
Quanto mais Josafá anunciava a Lei do Senhor, mais os reinos inimigos, que estavam ao redor de Judá, o temiam, de maneira que não faziam guerra contra ele e, alguns dos filisteus (que representam os gigantes da alma) até traziam presentes a Josafá, incluindo a prata como tributo. A prata representa aqui, a nossa alma rendida a Cristo, ao plano eterno da salvação. Os gigantes da alma, que se levantam na mente, nas vontades e nas emoções, quando veem a operação do Espírito Santo, logo se rendem, porque reconhecem a unção e o poder de Deus (2 Crônicas, 17:10,11). Existe um lugar em Deus que, quanto mais mergulharmos nele, mais da Graça revelada, que é Cristo em nós, receberemos! E mais os nossos inimigos espirituais temerão a nossa presença e se sujeitarão ao governo do Espírito e o Pai dirá: “Este é o meu filho amado em quem me comprazo”. Nesse lugar, as guerras cessam e tudo o que temos é a garça manifesta em nós e através de nós. Mateus, 6:6 nos diz: Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. Quanto mais Josafá entrava no secreto com Deus, mais ele era recompensado diante dos homens. O papel de Josafá era o de buscar a face de Deus e o papel de Deus era o de anunciar o seu nome sobre a Terra, levando temor aos seus inimigos. Josafá mergulhou tanto na presença do Senhor, que ele se tornou um reformador de templos, edificador de fortalezas e construtor de cidades armazéns, que eram cidades abastecidas de alimento (2 Crônicas, 17:12). Mergulhar em Deus faz de nós reparadores de brechas, edificadores de vidas e pão para os que têm fome e sede de Deus.
Josafá havia se tornado uma cidade edificada sobre um monte (Mateus, 5:14). Mesmo que ele vivesse na época da Lei de Moisés, para ele, o Messias já havia vindo, ele entendia que era a justiça de Deus na Terra, independente das circunstâncias ou erros. Mas isso não fazia dele um homem que, por causa da Graça, usava de libertinagem, como é costume de alguns, de fato, ele cria que já estava justificado. Certa vez, Josafá fez uma aliança com o rei Acabe (marido de Jezabel), na cidade de Samaria (cidade criada para ser a sede do governo de Israel, construída debaixo de rebelião contra Deus); com a finalidade de juntos, lutarem contra Ramote-Gileade (2 Crônicas, 17:1-3). Acabe, aqui, representa o espírito da religiosidade, cheio de sofismas e de legalismos que se esconde por detrás de uma “graça libertina”, casado com um principado dominador do mal, Jezabel, que mata os profetas e se levanta contra uma geração que proclama o nome do Senhor, que mata profetas; e no meio disso tudo, estava Josafá, representando o espírito da Graça, no meio daquela aliança que não iria prevalecer. Porém, temendo a Palavra de Deus, Josafá disse a Acabe que consultasse os profetas do Senhor antes de partirem à guerra, mas em invés disso, Acabe juntou quatrocentos profetas de Baal, para falar somente o que ele queria ouvir. Vendo Josafá que neles operava o espírito do engano, disse: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor para o consultarmos? No que respondeu Acabe: Há um ainda, porém o aborreço, porque nunca profetiza de mim o que é bom, somente o que é mau, este é Micaías (2 Crônicas, 18:4-8). Uma pessoa dessas, dominada pelo espírito da religiosidade, que é casado com o principado dominador, que mata profetas, nunca aceitará ouvir a verdade do Espírito, porque está lhe aborrece os ouvidos como um grande mal. A nossa geração está cheia de Acabes, que pegam o Espírito Santo e O colocam em uma prisão dentro de si, para que não saia e governe, porque eles amam o governo próprio e ouvem apenas o que lhes agrada, como isso é sério! Muitos corromperam a Graça de Deus e chamam de mover do “Espírito” o que, na verdade, são manifestações demoníacas.
Tendo passado essas coisas, eis que Acabe e Josafá foram à peleja e no mesmo campo de batalha, enquanto o rei Acabe morria de um lado, do outro, Josafá gritava por socorro ao Senhor, que lhe ouviu, livrando-o da morte (2 Crônicas, 18:28-34). Veja que interessante: o homem governado pela alma e pela carne, que vive dominado pelo espírito da religiosidade e pelo domínio de Jezabel, nunca gritará por socorro a Deus ou reconhecerá o seu erro, porque ele acredita que as suas obras irão salvá-lo, preferindo morrer, levando consigo, muitos à morte, mas o homem governado pelo Espírito, reconhece que somente a Graça basta e que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza, pois sabe que a sua salvação é por fé e não por obras, por isso grita por socorro ao Senhor e não tem orgulho, mas se humilha e reconhece que agiu errado. Mesmo Josafá tendo feito uma aliança que Deus não mandou, ainda, assim, ele foi livrado da morte e justificando de todo o erro cometido, voltando em paz para Jerusalém, porque reconheceu o seu erro e clamou a Deus no momento oportuno.
Querido, mesmo que o espírito da religiosidade e o principado de Jezabel tentem aliançar você para levá-lo à morte, Deus sempre oferece a Sua Maravilhosa Graça para que sejamos livres de toda a condenação, a fim de voltarmos em paz para o governo do Espírito, sem o julgo pesado da Lei, que aponta, constantemente, para os nossos erros. E é isso que o Espírito Santo quer nos ensinar a respeito da Graça, porque em todo o tempo, tudo o que Josafá fez foi buscar a Deus e o Senhor lhe dava todas as coisas. O fato é que não somos salvos ou prósperos porque agimos correto em todo o tempo com Deus! A verdade é que somos salvos porque a Graça d’Ele nos basta ontem, hoje e amanhã. Tanto os pecados que cometemos ontem, quanto os que cometeremos amanhã JÁ ESTÃO JUSTIFICADOS EM CRISTO e nada do que você faça mudará essa verdade (todavia isso não é justificativa para o pecado, pelo contrário, devemos nos santificar em todo o tempo). Se você estiver desfrutando da Graça e se vê cometendo um pecado, não ceda à morte por causa das obras, mas faça como Josafá no campo de batalha e grite por socorro a Deus, Ele te ouvirá, e no meio dessa guerra, Deus te livrará com mão forte e te levará em paz para o governo do Espírito novamente, não se condene, seja livre e creia, esse lugar existe, Cristo morreu para que desfrutássemos dele, mas lembre-se: “não banalize a Graça, porque Deus é três vezes Santo!”. Vivemos em uma geração onde a graça tornou-se o passaporte para o pecado e Satanás tem sambado sobre este engano dentro das igrejas. Vigie, porque as que irão entrar nas bodas do Cordeiro são virgens imaculadas e não usam de trapaças para entrar na festa.