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Não há como escrever em um único estudo a respeito das profecias de Daniel, pois de certa forma elas se completam em outros livros bíblicos e não apenas em Apocalipse, como muitos acreditam. Para ler Daniel e procurar discernir as suas profecias é preciso estudar as Escrituras Sagradas, onde há muita revelação contida. Quando lemos esse livro profético, temos a impressão de que as visões e as revelações são distintas, mas, na verdade, tratam-se de uma sequência única, mas com figuras diferentes. Há dois momentos descritos no livro sendo um histórico e outro profético, mas ambos cheios de revelações. Daniel inicia a sua trajetória vivendo as profecias que Jeremias e outros profetas como Isaías, outrora, haviam profetizado para o povo de Israel, dizendo que eles seriam levados cativos pelo reino do norte, ou seja, por Nabucodonosor da Babilônia, descrito por Deus como um “leão destruidor de nações” (Jeremias, 4:7); e que, lá, viveriam cativos por 70 anos (Jeremias, 25:11); e Daniel é um dos principais personagens desse período de exílio. No capítulo 1 do livro de Daniel, vemos que ele ainda era muito jovem, provavelmente um adolescente, quando foi levado cativo, mas no decorrer da história, lemos que ele, assim como os seus três amigos, temia a Deus. No entanto, Daniel havia recebido do Senhor um dom singular de interpretar sonhos e todo o tipo de visões (Daniel, 1:4-6 e 17). Já no capítulo 2, vemos esse dom maravilhoso de Daniel sendo manifesto ao rei Nabucodonosor, que teve um sonho perturbador da parte de Deus, do qual ninguém podia decifrar o enigma. Contudo, Deus revelou o sonho e o seu significado ao profeta Daniel (Daniel, 2:27). É aqui que se inicia uma parte profética do livro, pois o sonho do rei referia-se a reinos ou impérios futuros, que, historicamente já aconteceram. Todavia, precisamos nos ater aos detalhes e as revelações contidas nesse sonho, que cominarão na Besta, o anticristo descrito em Apocalipse. Neste estudo, não me aprofundarei muito sobre as mentalidades desses reinos (que estará disponível em detalhes no livro), mas é importante que você preste muito atenção na história.
 
 

A Palavra diz: Ó rei, eis que tu olhaste e viste diante de ti uma grande estátua. E, em tua visão, esta estátua era enorme e impressionante; estava em pé diante de ti, e tinha uma aparência terrível. A cabeça da estátua era feita de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre e os quadris eram de bronze, as pernas eram de ferro, e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro. Enquanto estavas contemplando toda a estátua, uma pedra soltou-se, sem auxílio de mãos, atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os destroçou. Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro vieram abaixo, despedaçados; viraram pó, como o pó que se vê na eira, quando no verão se bate o trigo no terreno para separá-lo da palha. E o vento carregou todos os destroços sem deixar vestígio. Entretanto, a pedra que atingiu a estátua tornou-se uma montanha e encheu a terra toda. Foi esse o sonho que tiveste, e agora, nós o interpretaremos para o rei. Ó rei, tu és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória; e em cuja mão ele entregou os homens de todas as nações, onde quer que habitem, os animais e as aves do céu, e te fez reinar sobre todos eles; tu és, portanto, a cabeça de ouro! Mas, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, feito de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra. E haverá um quarto e último reino, este, forte como o ferro, pois o ferro tem o poder de quebrar e esmigalhar tudo; e assim como o ferro despedaça tudo, também ele destruirá e reduzirá a pedaços todos os reinos do mundo. Como viste, os pés e os dedos eram em parte de barro e em parte de ferro. Isso quer dizer que esse será um reino dividido, mas mesmo assim terá um pouco da força do ferro, embora tenhas observado ferro misturado ao barro lamacento. Assim como os dedos eram em parte de ferro e em parte de barro, também esse reino será em parte forte e em parte frágil. E, como viste, o ferro estava misturado à lama. Isso significa que se buscarão fazer alianças políticas por intermédio de casamentos, mas a união decorrente dessas alianças e acordos não se firmará, do mesmo modo que o ferro não consegue se misturar com o barro. No entanto, na época do governo desses reis, Elah, o Deus dos céus, estabelecerá um novo reino que nunca será destruído e que também não será dominado por nenhum outro povo. A soberania desse reino jamais será transferida a nenhum outro povo. Todavia, esse novo reino destruirá e exterminará todos esses outros reinos, e subsistirá para todo o sempre. Portanto, esse é o significado da visão da pedra que soltou de uma montanha, sem o auxílio de mãos, pedra que, mediante um só golpe, fez em pedaços o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. Deste modo, Elah, o Deus poderoso mostrou ao rei o que acontecerá no futuro. O sonho é verdadeiro, faz sentido e a interpretação é absolutamente fiel!” (Daniel, 2:31-45).

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Do capítulo 3 ao capítulo 6 do livro de Daniel, temos uma parte histórica que revela a vida do rei Nabucodonosor; depois, temos um breve relato sobre o seu sucessor e neto chamado Belsazar, cuja escrita na parede o julgou (MENÊ MENÊ TEKEL UPARSIN); encontramos, também, a famosa parte em que Daniel vai para a cova dos leões, durante o governo do rei Dario. Mas, do capítulo 7 em diante, iniciam-se as visões e os sonhos proféticos de Daniel, nos quais vemos que para cada metal da estátua do sonho do rei Nabucodonosor, há também, um animal que o representa, ou seja, Daniel sonhou com quatro monstros ou animais e os descreveu da seguinte forma: Então vi quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, que subiam do mar. O primeiro assemelhava-se a um enorme leão, e tinha asas de águia. Eu o contemplei e, em certo momento, as suas asas foram arrancadas, e ele foi erguido do chão, firmou-se sobre dois pés somente, como um ser humano, e recebeu um coração de homem. Continuei olhando, e vi o segundo animal, parecido com um grande urso. Ele ergueu-se de um lado, tendo na boca três costelas entre os dentes; e eis que lhe foi ordenado: “Levanta-te, pois, e devora as carnes das multidões!” Então segui observando e vi outro animal, agora um semelhante a imenso leopardo; tinha nas costas quatro asas de ave também quatro cabeças, e foi-lhe dada toda a autoridade para governar. E nessas visões que tive durante a noite, em meu sonho, vi ainda um quarto animal, horrível, apavorante e extremamente poderoso. Possuía grandes dentes de ferro, com os quais estraçalhava e devorava avidamente suas vítimas, e pisoteava tudo o que sobrava. Este monstro era diferente de todas as feras anteriores e tinha dez chifres (Daniel, 7:3-7; KJA). 

O primeiro animal representa a cabeça de ouro – a cabeça representa uma mentalidade, um comando e um governo. O ouro simboliza a monarquia e a realeza (divindade), um metal que é o presente de reis,  motivo também de cobiça e de ambição dos homens. Em contrapartida, o ouro também revela a simplicidade, a pureza e a verdade. Esse animal trata-se do império babilônico (605 a 539 a.C.), que teve sua origem nos primórdios da história, em Babel (veja aqui esse estudo), cujos descendente de Cam (que foi amaldiçoado por Noé) a levantaram. Em Gênesis, 10:8-11, encontramos um relato sobre Ninrode, que em hebraico significa rebelde ou rebelar, que fala que o seu reino abrangia Babel (nome que deriva de Baal e significa confundir). Curiosamente, Jeremias ao profetizar sobre a destruição que viria do norte, disse: Ó Casa de Israel!” Palavra de Yahweh. “Eis que trago de longe uma nação que a invadirá: uma ‘nação muito antiga e invencível’, uma nação cuja língua não conheces e cuja fala não compreendes (Jeremias, 5:15). O profeta se referia a nação antiga e invencível que nasceu em Sinear  (Gênesis, 11:2-4). Trazendo essa mesma revelação para nós, significa que Ninrode e outros descendentes de Cam, estabeleceram sobre a Terra uma mentalidade caída e oposta a Deus, uma vez que o homem queria igualar-se ao  Altíssimo, agindo com a mesma postura de Lúcifer, de se engrandecer e querer ser igual a Deus, erigindo, para isso, uma torre cujo ápice penetrasse os céus (veja Isaías, 14:12-14). Essa mentalidade é como uma fera terrível e se não houver uma renovação na mente, em Cristo, o sistema mundo corrompe o coração do homem que, por sua vez, começa a se engrandecer, tornando-se independente de Deus e, o que pior, começa a achar que é deus (Romanos, 12:2). Para que você entenda sobre essa cabeça de ouro, representada pelo leão, que são um só, é preciso entender que é a mentalidade caída, que só é vencida em Cristo. A visão de Daniel descrevia um “enorme leão que tinha asas de águia e as suas asas foram arrancadas, e ele foi erguido do chão, firmou-se sobre dois pés somente, como um ser humano e recebeu um coração de homem”. Essa descrição refere-se tanto a Babel quanto ao rei Nabucodonosor. Se você gosta de história, verá que aquele povo habitante de Babel comoveu toda a Terra antiga e que o império neobabilônico foi o maior que já existiu. Não havia divisão no reino de Nabucodonosor, assim como não havia no mundo antigo, pois eles falavam a mesma língua (Gênesis, 11:1 e 6). Nabucodonosor foi escolhido por Deus para ser o representante dos Seus juízos para as nações rebeldes, a quem Deus chamou de “meu serviçal”. O império babilônico era tão grande, que Deus lhe deu até mesmo os animais de toda a Terra para o servirem. Imagine isso! (Jeremias, 27:6; KJA). Contudo, Nabucodonosor se engrandeceu e não rendeu glórias a Deus por tudo o que havia conquistado, mas atribuiu a glória a si mesmo (Daniel 4:30-32). Aqui, podemos notar claramente a mentalidade que se originou em Babel manifestada no coração de Nabucodonosor. A raiz de iniquidade implantada por Satanás, de querer ser Deus e não reconhecê-Lo como o único Senhor, é uma característica de um anticristo, que nega Jesus como Filho de Deus e Salvador. Ao engrandecer-se, Deus sentenciou Nabucodonosor tomando toda a sua autoridade real, ou seja, as suas asas de águia foram arrancadas pelo próprio Deus e, por 7 anos ele vagou sobre a Terra como um animal selvagem. As suas unhas e os seus cabelos cresceram e ele comeu capim, tendo como companhia os bois, até que no final daqueles dias, ele percebeu que o seu entendimento havia retornado, momento esse em que começou a render glórias a Deus. O mais interessante é que por 7 anos ele ficou como louco, comendo grama, mas quando recobrou o juízo, por 7 vezes ele reconheceu a soberania de Deus, dizendo: 1 – a sua soberania sim é eterna; 2 – o seu reino sim permanece inabalável; 3 – todos os povos da Terra são como nada diante dele; 4 – ele age como bem lhe apraz com os exércitos dos anjos e com os habitantes da terra; 5 – ninguém é capaz de se opor à sua vontade ou questioná-lo, dizendo: “Explica-te! Por que ages assim?”; 6 – louvo, exalto e glorifico o Rei dos céus porque tudo o que ele faz é certo e todos os seus caminhos são justos e verdadeiros; 7 – Ele tem poder para humilhar aqueles que vivem com arrogância (referindo-se a si mesmo). Quando Nabucodonosor reconheceu a soberania de Deus, por sete vezes, ele parou de andar de quatro, como um animal, firmou-se sobre os seus dois pés como um ser humano e recebeu um coração de homem, porque se rendeu a Deus (Daniel 4) e essa profecia se cumpriu na integra. Lembrando que nunca houve outro império como o de Nabucodonosor, tão grandioso, suntuoso e rico.
 
O segundo animal representa os dois braços de prata os braços representam poder e força. A prata simboliza a redenção. Na história do povo de Israel, que estava cativo na Babilônia, é exatamente isso o que vemos, uma redenção. Este animal trata-se de dois reinos, os Medos e os Persas (539 a 331 a.C.). A profecia fala de um animal parecido com um grande urso, que ergueu-se de um lado, tendo na boca três costelas entre os dentes; e eis que lhe foi ordenado: “Levanta-te, pois, e devora as carnes das multidões!”. Essa descrição refere-se a Ciro, o Grande, que foi rei e fundador do Império Aquemênida. No entanto, esse mesmo urso, descrito em Daniel 8:3, é representado por um carneiro com dois chifres, ou seja, não são visões distintas, pois trata-se do mesmo reino, só que com uma imagem diferente. O profeta Isaías profetizou a respeito de Ciro cerca de 150 anos antes de ele nascer. A história de Ciro revela que o rei medo Astíages, avô de Ciro, teve um sonho em que “via uma videira que crescia das costas de sua filha Mandane, mãe de Ciro, lançando gavinhas que envolviam toda a Ásia. Sacerdotes lhe advertiram que a videira era o seu neto Ciro e que ele tomaria o lugar do velho reino da Média no mundo. Então, o rei medo mandou que o seu mordomo o matasse nas montanhas. No entanto, o mordomo, chamado Hárpago, se comoveu com a beleza da criança e o entregou aos cuidados de um pastor iraniano, dessa forma Deus conservou o coração de Ciro para o seu propósito. Quando o seu avô, Astíages, descobriu a traição do seu mordomo, ele simplesmente esquartejou o filho de Hárpago e o serviu em um jantar para o mordomo, que apenas soube o que estava comendo quando levaram a última travessa à mesa: a cabeça de seu filho. Imagine essa cena, que terrível! Com tudo isso, Ciro finalmente se tornaria rei dos Persas, até então um povo tributário dos Medos. Pois, uma rebelião foi liderada por Hárpago, que derrotou Astíages, sendo levado a Ciro para julgamento. O rei Persa poupou a vida de seu avô, mas marchou para a capital da Média, Ecbátana e tomou o controle do vasto território Medo. Assim que tomou o controle político de toda a região do atual Irã, conquistou a Lídia e os territórios a leste da Pérsia até o Turquestão, na Ásia Central. Conquistou a Babilônia em 539 a.C. Deus conservou o coração de Ciro, até que ele alcançou maturidade, assumindo o seu lugar de rei, como esta escrito: Pois, ao seu ungido, a Ciro, cuja mão direita eu controlo com firmeza para subjugar nações e desarmar reis; para abrir diante dele as portas, de tal maneira que estas não possam ficar trancadas: Eu irei adiante de ti e arrombarei portas de bronze e romperei trancas de ferro. Dar-te-ei tesouros ocultos e riquezas escondidas, a fim de que saibas que Eu Sou Yahweh, aquele que te chama pelo teu nome, o Deus de Israel. Foi por causa do meu servo Jacó, por causa de Israel, o meu escolhido que Eu te convoquei pelo teu nome, e te concedo um título de grande honra, embora tu não reconheças quem sou. Eis que Eu Sou Yahweh, o Senhor e não existe nenhum outro; além da minha pessoa não há Deus! Eu te cinjo e te concedo poder, ainda que não percebas quem sou. Para que saibam todos, que da nascente ao poente não há ninguém além de mim. Eu Sou o Eterno e não existe nenhum outro! Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; Eu, Yahweh, faço absolutamente tudo! (Isaías, 45:1-7). Essas foram as palavras de Deus proferidas a respeito de Ciro, sem que ele existisse ainda. Quando o neto de Nabucodonosor, Belsazar, cometeu a loucura de usar as taças do templo de Salomão em uma festa de orgias, Deus o julgou e, naquele momento, concedeu a Ciro sabedoria para tomar o império babilônico das mãos de Belsazar como um grande urso feroz (Daniel, 5). Ele entrou nos muros da Babilônia, no espaço aberto por onde entrava um rio, que eles haviam desviado o curso. Ele é representado na estátua do sonho de Nabucodonosor como o peito e os braços de prata. As três costelas em sua boca, referem-se a conquista de três impérios: Lídia, Egito e Babilônia. Quando a profecia fala que “um dos seus lados se levantou primeiro”, significa que a Pérsia se destacou primeiramente e depois eles se uniram, criaram mais força e dominaram o mundo. Ciro, o Grande, respeitava os costumes e as religiões dos povos conquistados, com isso, o seu império se tornou um modelo de administração e centralização governamental, que levou a um período de prosperidade. Além de tudo isso, ele literalmente foi usado por Deus para levar a redenção para Israel, como uma representação genuína da prata, libertando o povo cativo de Israel da Babilônia, ordenando que eles retornassem para Jerusalém e reconstruíssem o Templo destruído por Nabucodonosor (leia Esdras, 1:1-11). Desta forma, a Palavra de Deus cumpriu-se na integra na vida de Ciro, o grande urso. O Cilindro de Ciro, que se encontra no Museu Britânico, relata em detalhes a conquista de Babilônia por Ciro. O historiador antigo Heródoto também menciona o persa Ciro como “o conquistador”.
 
O terceiro animal representa o ventre e os quadris de bronze – o ventre e os quadris representam a sexualidade do homem, a virilidade, o “eu”, por onde Satanás rasteja (veja aqui esse estudo), ou seja, as obras da carne (Gálatas, 5:19-21). O bronze não é puro, pois possui mistura e simboliza julgamento, por causa da desobediência a Deus e esta quase sempre vinculado a grilhões e cadeias. Este animal trata-se do império Grego (331 a 168 a.C.), que também é descrito no livro de Daniel, 8:5, como um bode com um longo chifre entre os olhos, que percorria toda a terra sem tocar no chão (lembrando que Deus sempre faz paralelos com Suas revelações, não há nada solto na Bíblia). A profecia fala de um animal semelhante a um imenso leopardo, que tinha nas costas quatro asas de ave e quatro cabeças, e foi-lhe dada toda a autoridade para governar. Essa profecia refere-se a Alexandre o Grande e aos seus quatro generais. Ora, se o leão tinha duas asas, representando a rapidez de suas conquistas…, imagine então um animal com quatro asas, ou seja, a rapidez de conquista do leopardo seria muito maior do que a do leão, por isso do paralelo com o bode percorrendo a face da terra sem tocar no chão. As quatro asas representam a rapidez com que o jovem Alexandre, o Grande estrategista militar conquistou o mundo com as suas armas de bronze, representado na estátua do sonho de Nabucodonosor como o ventre e as coxas de bronze. E aqui está uma interessante revelação, pois, como vimos no início, o ventre e o quadril de bronze representam a sexualidade do homem, o eu. Foi nesse período de Alexandre o Grande que a sexualidade do homem foi explorada, o homossexualismo era livre, a lascívia e a luxuria eram disseminadas e o homem era pintado, esculpido e endeusado nu, principalmente com o seu órgão genital masculino exposto e ereto (uma tradição dos antigos egípcios que erigiam obeliscos em homenagem ao deus Rá, o deus do sol, sinônimo de superioridade, proteção e defesa. Em várias figuras do Egito encontramos o casal de deuses sendo representado pela deusa Nut por cima e o deus Geb embaixo, ou seja, o céu por cima e a terra por baixo. RAMOS, 1999). Houve uma forte influência da mentalidade babilônica e egípcia aqui também, as misturas diabólicas de culturas. A história de Alexandre nos revela que ele foi educado pelo filósofo grego Aristóteles dos 13 aos 16 anos. Alexandre tinha uma grande admiração pela cultura helênica. “Era preocupação de Alexandre difundir a cultura grega (helênica) por cada lugar”. Por isso havia tanto da cultura grega no mundo antigo, ele não se rendeu a Deus, pelo contrário, difundiu essa cultura pelos quatro cantos do mundo, por isso que o julgamento de Deus veio sobre esse reino, que foi divido. A história nos conta que Alexandre quebrou o poder da Pérsia em uma série de batalhas decisivas, mais notavelmente as batalhas de Isso e Gaugamela. Em seguida, derrubou o rei Persa, Dario III, e conquistou a Pérsia em sua totalidade. Ele foi um importante rei da Macedônia, e com apenas 33 anos de vida, Alexandre, o Grande – também conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre III, formou um enorme império. Ele era muito jovem quando começou suas conquistas, porém, após uma noite de muita orgia e bebedeira, ele sucumbiu a uma repentina enfermidade e veio a falecer aos 33 anos. Como ele não possuía herdeiros para o seu trono, todo o seu reino foi divido entre os seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco, que são as quatro cabeças vistas por Daniel nesse animal. Percebemos com isso, a riqueza dos detalhes que a profecia apresenta. Os símbolos descritos há milhares de anos aconteceu exatamente como previsto.
 
O quarto animal representa as pernas de ferro – as pernas são compridas, dando um entendimento de duração de tempos e também de sustentação e potência do homem. Era costume dos antigos romanos quebrar as pernas de seus prisioneiros. O ferro simboliza grilhões, prisões, algemas e morte. Este trata-se do império Romano (168 a.C. a 476 d.C.). A profecia fala de um animal horrível, apavorante e extremamente poderoso que possuía grandes dentes de ferro, com os quais estraçalhava, devorava as suas vítimas e pisoteava tudo o que sobrava. Esse monstro ou besta, era diferente de todas as feras anteriores, e tinha dez chifres, o que causou muito espanto em Daniel, pois tratava-se de um animal violento. Esse reino teria também muita concentração de poder, por isso dos dez chifres. Na estátua do sonho de Nabucodonosor. Esse animal é representado pelas pernas de ferro. Foi no período do império romano que o nosso Senhor Jesus nasceu. Os seus imperadores conhecidos foram: Cesar, Herodes e Nero, com esses nomes, logo vem à memória as cenas descritas na Bíblia de perseguição violenta contra o povo cristão, principalmente de Herodes, o grande, que mandou matar várias crianças para que a profecia do Messias não se cumprisse (Mateus, 2:16). Roma venceu a rival norte-africana Cartago, passando a avançar para o oriente e para o sul, dominando o mar Mediterrâneo e os quatro reinos em que se dividiu o império de Alexandre. Em 168 a.C., mesmo em desvantagem numérica, os romanos venceram o reino da Macedônia, liderados por Perseu e depois partiram em direção ao Oriente, até dominar a Síria, a Judeia, o Egito e a Mesopotâmia. Chamada por Edward Gibbon de “monarquia de ferro”. Roma se caracterizava pelo tratamento brutal dado aos rivais e aos povos conquistados – um exemplo disso foi a destruição de Jerusalém e a proibição posterior de que os judeus, sequer, pisassem em sua região natal. Os romanos ainda condenaram centenas de milhares à cruz por todo império, entre eles, o Salvador Jesus Cristo. Mais uma vez a história comprova a veracidade da profecia. Quando Daniel faz menção aos 10 chifres referia-se a 10 nações, sendo elas: 1 – a Europa: Anglos (Inglaterra); 2 – Burgundos (Suíça); 3 – Francos (França); 4 – Germanos (Alemanha); 5 – Hérulos (Sul da Itália); 6 – Lombardos (Norte da Itália); 7 – Ostrogodos (Áustria); 8 – Suevos (Portugal); 9 – Vândalos (Sul da Espanha); 10 – Visigodos (Norte da Espanha). No decorrer da visão (Daniel, 7:8-11), o profeta viu mais um chifre pequeno surgindo dentre aqueles dez, como um decimo primeiro domínio, que derrubou três deles para nascer. O profeta relata que esse chifre (que representa autoridade) começou pequeno, mas, se engrandeceu muito, com um aspecto bastante assustador, pois tinha olhos e boca de homem e falava com arrogância proferindo blasfêmias (intenção de ser igual a Deus). Pois bem, esse chifre pequeno que cresceu, seria um quarto reino na Terra, diferente de todos outros e que devoraria toda a Terra, deixando-a em pedaços. O império romano realmente arrasou a Terra. O ferro é um metal forte que não se quebra, e como vimos acima, está associado à violência, cadeias, grilhões e prisões. Além de se opor a Deus, eles implantaram religiões e misturaram a cultura egípcia, babilônica e grega. Mudaram épocas e fundaram a Igreja Católica, a Roma Papal, de onde surgiram muitos martírios, perseguições, indulgências e por aí vai! Eles mudaram os tempos e a lei, engrandeceram até o Príncipe do Exército. Jogaram a verdade por Terra (Daniel, 8:12). Causaram muitas destruições (Daniel, 8:25-26) e fizeram o que bem lhe aprouve. O texto revela, ainda, uma lista de intenções e realizações que este chifre ainda fará, revelando estratégias satânicas em se estabelecer, com poder, em oposição a Deus (Daniel 7, Daniel 8 e Apocalipse 18). Ele destruirá os poderosos e o povo santo. Causará perseguição religiosa e morte aos cristãos no fogo. Fará prosperar o engano e destruirá a muitos que vivem despreocupadamente (Daniel, 8:25-26), (não necessariamente a Roma).
 
 
Observação: Há uma revelação descrita em Apocalipse, 13:1-2, muito interessante que não posso deixar de mencionar aqui, pois o apóstolo João nos revela as características da besta que emerge do mar: “Então, observei que emergiu do mar (dos povos) uma Besta (semelhante a que Daniel viu e não soube descrever) que tinha dez chifres (autoridade) e sete cabeças (generais ou governantes) e sobre os chifres, dez coroas (símbolo de poder e glória), e, em cada cabeça, um nome de blasfêmia (por engrandecer-se acima de Deus)! E a Besta que vi era semelhante a um leopardo, porém, tinha pés como os de urso e boca como a de leão. Curiosamente, a besta de Apocalipse tem a aparência e as características de cada um desses quatro animais das revelações de Daniel, ou seja, essa besta exercerá um domínio e um poder maior do que cada um desses!
 
Pés metade ferro e metade barro – não posso terminar este estudo sem mencionar a interpretação do restante do sonho de Nabucodonosor, que compõem, na sua sequência, os  pés da estátua com os dedos metade ferro e metade barro, que trataria de um reino em parte forte e em parte frágil, demonstrando a fragilidade do governo do homem tentando fazer alianças e se misturar. As regiões dominadas pelos quatros primeiros impérios (Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano), jamais foram conquistadas simultaneamente por nenhum outro império posterior (embora João, em Apocalipse, revela que a besta terá um grande domínio como nunca houve). O ferro estava misturado à lama e isso significa que eles buscariam fazer alianças políticas por intermédio de casamentos, mas as uniões, decorrentes dessas alianças e acordos, não se firmariam, do mesmo modo que o ferro não consegue se misturar com o barro, nada prosperaria a partir desse momento na história. Essa revelação representa o Império Otomano, que não recebe a imagem de nenhum animal por se tratar de um reino dividido em 10 outros reinos (desde 476 d.C.). O fato é que haviam muitas diferenças culturais, religiosas e econômicas que fizeram com que os reinos europeus jamais se unissem. O Oriente se divorciou do Ocidente há mais de um milênio e esse é um dos elementos mais impressionantes e confirmadores do livro de Daniel como profecia. O papado, o Sacro Império Romano-Germânico, os impérios Mongol e Turco-Otomano, Napoleão, Hitler e a União Europeia tentaram, mas não conseguiram governar sobre todos os povos europeus. A Ásia jamais se curvou ao Ocidente, pelo contrário, ambos os “mundos” permanecem divididos até os dias atuais. Todos os impérios, sem exceção, serviram para a proteção e a bênção do povo de Deus, e outros buscaram a sua destruição. De modo geral, enquanto os reinos serviram aos planos divinos, eles permaneceram e prosperaram, mas quando atingiram o limite de sua presunção, querendo igualar-se a Deus e perseguindo o povo santo, eles caíram.
 
Pedra lançada sem auxílio de mãos – ainda no sonho de Nabucodonosor, ele viu uma pedra lançada sem o auxílio de mãos, que simbolizava um novo reino que nunca será destruído e que, também, não será dominado por nenhum outro povo. Todavia, esse novo reino destruirá e exterminará todos esses outros reinos, e subsistirá para todo o sempre. Portanto, esse é o significado da visão da pedra que soltou de uma montanha, pedra que, mediante um só golpe, fez em pedaços o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. Curiosamente, Montes na Bíblia e nas profecias apocalípticas representam reinos. Uma profecia descrita em Salmos, 118:22, fala: A pedra que os edificadores rejeitaram, foi posta como pedra angular. Em Mateus, 16:18, Jesus fala a Pedro: Da mesma maneira Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra (referindo-se a Ele mesmo) edificarei a minha igreja, e as portas do Hades (inferno) não prevalecerão contra ela. Em Mateus, 4:17, diz ainda: Daquele momento em diante Jesus passou a pregar e dizer: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus!” Jesus é a pedra lançada sem o auxílio de mãos, Ele foi a pedra rejeitada pelos edificadores, a pedra sobre a qual Pedro, representante da Igreja, foi posto. Em outro momento, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse: […] em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (Atos, 4:8-12). O reino que destruiria todos os outros, despedaçando o domínio e o governo do homem, é o Reino Messiânico, o Reino dos Céus que jamais será divido, pois o seu Rei, Jesus, é Eterno (Lucas, 1:33). Após a queda do império Romano, não houve mais impérios dominadores como os antigos, embora muitos tentem isso, trazendo com esse desejo apenas guerras e destruição. Jesus estabeleceu um novo Reino que não terá fim. E Ele voltará para governar as nações (Mateus, 24:30 e Apocalipse, 1:7).

Espero ter esclarecido um pouco sobre o tema, pois tratam-se de histórias que resumi para que você compreendesse. Todavia, com muitas revelações que não pude escrever aqui. Aconselho que leia com riqueza de detalhes cada uma dessas histórias e referências bíblicas, para entender melhor as profecias e o futuro delas.

Que Deus te abençoe.

 

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