A Torre de Babel e a intenção do homem

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Para entendermos o desenrolar das profecias de Daniel, até a Besta, o anticristo de Apocalipse, é importante atermo-nos ao fato de que os reinos ou impérios da Terra, principalmente os descritos na estátua do sonho de Nabucodonosor, tiveram a sua origem logo após o dilúvio, mais precisamente em Babel, nome que deriva de Baal e significa “confundir”, onde uma mentalidade enganosa e diabólica terrível originou a “Grande Babilônia” (considerada a mãe das prostitutas e das práticas repugnantes da Terra, descrita em Apocalipse, 17:4-5), mostrando com isso a real intenção do coração do homem. Babel foi o nome dado ao local da construção da famosa Torre de Babel, que ficava localizada na terra de Sinear.

O propósito daquele povo, que certamente tinha um líder, era o de tornar celebre e honrado (exaltado acima de Deus) o próprio nome, ou seja, a Torre, na verdade, era um tipo de fundamento estabelecido na mente humana, levando a informação de que os homens poderiam ser deuses e, portanto, maior do que Deus. Vejamos o que está escrito: E decidiram: “Vinde! Edifiquemos (construamos) para nós uma cidade e uma torre (erguido) cujo topo (ápice ou altura) chegue (penetre, atinja) até aos céus (morada de Deus)! E tornemos celebre o nosso nome (honrado, glorificado, famoso) para que não sejamos (jamais) espalhados (dispersos) por toda a terra (ou pela face da terra)!” (Gênesis, 11:4; JFA). Curiosamente as palavras “uma cidade” tem origem na palavra hebraica עיר Ìiyr ou no plural ער Ìar ou עיר Ìayar procedente de uma cidade (um lugar guardado por um vigia ou guarda) no sentido mais amplo (mesmo de um simples acampamento ou posto), significando agitação, angústia e referindo-se a terror.

Embora a Torre de Babel fosse um lugar literalmente físico, tratava-se de uma construção que primeiramente foi edificada no coração do homem. O coração, segundo a Bíblia, é o lugar apropriado para guardar desígnios (Salmos, 119:11), sendo ideal para estabelecer uma dualidade. Por essa razão que na menção feita em Babel, os homens disseram: “para que não sejamos espalhados por toda a terra”, ou seja, para que ninguém, jamais, nem mesmo “Deus”, fosse capaz de destruir o que estava sendo edificado no coração (Ezequiel, 11:19-20 e 36:26). Certa vez, Jesus disse: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua inteligência. Este é o primeiro e maior dos mandamentos. O segundo, semelhante a este, é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. A estes dois mandamentos estão sujeitos toda a Lei e os Profetas (Mateus, 22:37-40). Observe que o coração vem em primeiro lugar por ser apropriado para guardar algo valioso. Por isso há a advertência na Palavra de Deus de que devemos guardá-lo, pois dele procedem as fontes da vida (Provérbios, 4:23).

Depois que um intento maligno atinge o coração do homem, levando-o a rebelião, construir algo fora de forma natural e física, é a penas um reflexo do que já foi edificado dentro, por meio de uma visão própria: Assim como proclama o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como ocorreu na rebelião, durante o tempo da provação no deserto, onde vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, ainda que, durante quarenta anos, tenham contemplado as minhas obras. Por esse motivo, me indignei contra essa geração e declarei: O coração destes está sempre se desviando, e não reconheceram os meus caminhos. Sendo assim, jurei na minha ira: Estes jamais entrarão no meu descanso”. Irmãos, tende muito cuidado, para que nenhum de vós mantenha um coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo. Pelo contrário, exortai-vos mutuamente todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de maneira que nenhum de vós seja embrutecido pelo engano do pecado (Hebreus, 3:7-13).

Os homens de Babel queriam edificar uma fortaleza, uma construção que chamasse a atenção de toda Terra, por isso decidiram, unanimemente, erigir uma Torre, migdal, que, no hebraico, significa “tamanho ou altura, ser grande”. Sendo assim, vemos que a construção da Torre ia muito além do natural, o verdadeiro intento já havia sido implantado no coração daqueles homens, que queriam que a sua obra (edificação) chegasse aos céus e atingisse o lugar da morada do Altíssimo. Quando analisamos alguns versículos sobre onde é a morada ou a habitação de Deus, encontramos alguns versículos, vejamos: Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo. Nela habita o Eterno e, por isso, ‘não poderá ser atingida!’ (Salmos, 46:4-5a). Esse versículo nos revela que a habitação de Deus jamais será atingida, tal como era o intento dos construtores da Torre de Babel. Em outra passagem encontramos a seguinte descrição: Então, perguntou-lhe Judas: “Senhor, mas por que te revelarás a nós e não ao mundo?” Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, obedecerá à minha Palavra; e meu Pai o amará, e nós viremos até ele e faremos nele o nosso lar (João, 14:23). Por meio desse versículo entendemos que, hoje, Deus faz morada naqueles que amam e obedecem à Sua Palavra como templos do Espírito Santo.

Curiosamente os céus, que os homens desejavam atingir, é mencionado na Bíblia também como a antiga morada de Lúcifer (Satanás), que após causar uma rebelião foi atirado à Terra: Como foi que ‘caíste dos céus’, ó estrela da manhã, filho d’alva, da alvorada? Como foste atirado à terra, tu que derrubavas todas as nações? Afinal, tu costumavas declarar em teu coração: “Hei de subir aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me estabelecerei na montanha da Assembleia, no ponto mais elevado de Zafon, o alto do norte, o monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo!” (Isaías, 14:12-14, ver também Ezequiel, 28:13-15, 31:9 e Apocalipse, 12:7-9). Vemos aqui que o intento de Lúcifer nasceu em seu coração e, por isso, realizar suas obras malignas foi apenas uma consequência, que eram:

1 – Subir aos céus (Lúcifer desejava dominar os céus, que pertence a Deus, pois tinha inveja do Criador, Deuteronômio, 10:14);

2 – Erguer o seu trono acima das estrelas de Deus (podendo referir-se aos astros, Zodíaco – a linha imaginária que separa a Terra da zona onde move-se o sol, a lua e os planetas (Jó, 9:7-10, 22:12; Salmos, 148:1-6), referindo-se ao exército dos céus ou, até mesmo, aos anjos, motivo esse que o levou a enganar a terça parte dos anjos nos céus, Apocalipse, 12:4 e Neemias, 9:6);

3 – Se estabelecer no monte santo (na montanha da Assembleia, no ponto mais alto de Zafon, que é o monte de Sião, Isaías, 24:23, Hebreus, 12:22 e Salmos, 125:1. Ora, quem são os filhos de Sião? Não são os servos fiéis de Deus? Satanás deseja que a fé das pessoas, principalmente dos filhos de Sião, seja depositada na carne, no dinheiro, na força de suas obras próprias que é “alimento da serpente” e não em Deus);

4 – Ser semelhante ao Altíssimo de corpo, alma e espírito, possuindo o poder criacional das palavras (veja aqui esse estudo).

Diante do exposto, não acredito que seja apenas mera “coincidência” que os desejos dos homens que construíam a Torre de Babel, sob o domínio de um líder, fossem um acaso aos mesmos desejos de Lúcifer, vejamos:

1 – Subir aos céus (sobressair a Deus, dominar homens, poder);

2 – Tornar celebre o nome (erguer tronos, serem vistos e serem famosos);

3 – Para que não fossem espalhados (estabelecendo-se no topo, no coração dos homens para que ninguém tomasse o que foi implantando);

4 – Por toda a terra (os homens desejam ser deuses, famosos e vistos por toda a Terra, que representa o pó, as carnalidades).

A Torre de Babel não era para aproximar o homem do Criador, mas para tornar “celebre, famoso e exaltado o nome do homem na Terra”, ou seja, eles não queriam aproximar-se de Deus como muitos acreditam, mas, na verdade, desejavam fama diante de suas obras próprias, de suas conquistas e realizações. Acredito que há muitas Torres de Babel sendo erguidas em sistemas religiosos, nações, governos, políticas…, por meio de visões próprias, de fama e da necessidade de mostrar ao mundo o “quão piedosos e valetes como Ninrode são”. Todavia, isso não agrada a Deus e só atraí confusão, maldições e juízos. O interesse na construção da Torre de Babel nunca foi o de glorificar a Deus, mas a exaltação própria, perpetuando o nome do homem e não o de Deus. O mesmo tem ocorrido com as “denominações” cujos nomes são celebres, mais conhecidos do que o próprio Deus. — Como isso é sério e terrível aos olhos do Pai! Vemos claramente aqui, um intento altamente maligno sendo implantado na mentalidade humana, desde aquela época, revelando o mal no coração do homem que decidiu rebelar-se diretamente contra Deus. De fato, a Torre de Babel foi a primeira rebelião na Terra organizada pelos homens contra o Altíssimo.

Os homens estavam decididos a desafiar Deus. Entretanto, seriam incapazes de chegar tão longe se não tivessem um líder forte, VALENTE e voraz diante de Deus. Mas quem seria esse “suposto líder” que incentivou a construção de Babel e de sua Torre? A cobiça e a ganância daqueles homens foram tão grandes, que afrontaram a Deus e Ele decidiu descer e confundir ali, a língua dos homens. No entanto, é importante que você se atenha a um detalhe muito importante, pois, a Torre de Babel não foi destruída, os homens apenas cessaram de edificá-la porque não compreendiam uns aos outros (Gênesis, 11:7-9). A linguagem confusa dentro do sistema de Babel não os permitiam serem um, como era no início da construção; e obra nenhuma avança com confusão e aqui há um grande mistério.

Caso queira aprofundar-se mais neste estudo, para entender quem era o líder de Babel, o mentor por detrás da construção da Torre de Babel, o desenrolar das profecias de Daniel. Se deseja compreender porque os reinos e os impérios da Terra tiveram sua origem em Babel, culminando no mistério da “Grande Babilônia” (considerada a mãe das prostitutas e das práticas repugnantes da Terra, descrita em Apocalipse, 17:4-5) e, principalmente, as características da Besta, o anticristo de Apocalipse, estamos produzindo o material completo que logo será disponibilizado em livro.

Que Deus o abençoe.