A questão mais aterrorizante que já fui convencida pelo Espírito Santo nas Escrituras Sagradas, é o fato de que Deus é bom por sermos maus, ou seja, toda a bondade de Deus só revela o quanto somos maus. Por exemplo: Deus é bom não porque a Sua natureza necessita desse atributo, Ele é justo não porque conquistou essa virtude, a questão é que Deus é bom pela mesma razão que somos maus. Quanto mais mau formos, mas bom Deus será, quanto mais injustos formos, mais justo Ele será. O que estou dizendo é que o nível da bondade de Deus para conosco só revela o nível da maldade que opera em nós. Deus é bom com você? Isso significa que a bondade d’Ele opera sobre uma maldade sua, essa é a regra, porque quem é bom não precisa de bondade, ele já é bom, só precisa de bondade quem é mau, só precisa de médico quem é doente. Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas de bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus (Lucas, 18:19). O jovem rico, ao abordar Jesus, não o reconheceu como o Messias e sim como um mestre judeu muito sábio e Cristo, conhecendo o seu coração mau e apegado ao dinheiro, perguntou-lhe: Por que me chamas de bom? Aquele jovem rico, assim como muitos de nós hoje, não compreendemos essa verdade. O fato é que Deus é bom o tempo todo, nós é que não estamos preparados para a bondade d’Ele, porque a nossa justiça própria é falha. Aprendemos erroneamente que a bondade de Deus para conosco tem a ver com o fato de ofertarmos a Ele, ou seja, se eu faço algo Ele é bom e vai me recompensar, mas se eu não oferto, Ele irá me punir, esse era o pensamento do jovem rico. Mas, a verdade, é que Deus é bom pelo simples e triste fato de sermos maus. Não há quem faça o bem, não há nem um sequer (Romanos 3:12; Salmos 14:1-3 e 53:1-3).
A Bíblia diz o seguinte: Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem (Romanos 12:21). Ao mesmo tempo que essa verdade é gloriosa, ela também é terrível! Afinal, somos maus não porque cometemos atrocidades, mas porque não conhecemos a graça que é Cristo. Se conhecêssemos a Cristo, não seríamos maus, como está escrito: Aonde abundou o pecado, superabundou a graça (Romanos 5:20). Quanto mais bondade de Deus é derramada sobre nós, mas graça recebemos e isso de fato é maravilhoso! No entanto, isso mostra quão distantes estamos de Deus. Ele é o único capaz de vencer o mal com o bem, porque Ele derrama a Sua graça sobre nós não porque a merecemos, mas porque necessitamos dela para sermos salvos. A maior manifestação da bondade de Deus derramada sobre nossas maldades, foi quando Ele enviou o Seu único Filho para morrer por nós, sendo nós ainda pecadores, transgressores e maus (Romanos 5:6). Se não fossemos tão maus, não seria necessário tanta bondade e tanta graça vindas da parte de Deus. A bondade d’Ele refere-se a graça que é Cristo e isso é algo que muitos não entendem, porque a sua justiça própria os impedem de ver, pois estão sempre querendo comprar as bênçãos com campanhas, ofertas e dízimos, achando piamente que isso os torna piedosos e bons diante de Deus, sendo que, na verdade, isso só demonstra o quão mau somos, pelo fato de ainda estarmos longe da graça de Deus. O segredo da bondade de Deus está revelado na graça que é Cristo, e é essa graça que nos salva (Efésios 2:8).
Se Deus tem que agir com justiça, significa que somos injustos, se Deus é amor, significa que não sabemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, e se Deus é bom, significa que somos maus. Os atributos de Deus só são enfatizados para nós porque somos maus. Aprendemos erroneamente que Deus age com justiça quando o outro sofre por ter sido injusto conosco, quando na verdade Deus é justo porque Ele é amor e não conhecemos a Sua justiça. Na nossa ignorância, achamos que o outro deve ser punido com o nosso favorecimento diante dos homens e isso revela apenas que, além de maus somos hipócritas! Deus não pesa a mão sobre o outro para fazer-nos justiça, o homem é que se afasta de Deus por suas escolhas, abrindo com isso brechas para que o inimigo opere em sua vida. Deus não te ama mais do que o outro que matou ou deixou de matar; você não é menos mau do que o outro que matou a própria mãe num surto de drogas. O que caracteriza a sua maldade não são as suas ações movidas pelo pecado e sim o quão distante da graça de Deus você está! Disse o apóstolo Paulo: Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto, neste caso, quem faz isto, já não sou eu, mas o pecado que abita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero esse faço; mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim (Romanos 7:15-21). Ao fazermos o que não queremos, mostramos apenas o mal que habita em nós e ao tentarmos fazer o bem com as nossas forças, nos deparamos com a Lei, que revela mais ainda o quão mau somos.
Você já observou que pessoas com o histórico fortíssimo de assassinato, de tráfico de drogas ou até mesmo de um ex-satanista são tremendamente usados nas mãos de Deus quando se entregam a Ele? Isso não significa que essas pessoas, com esse tipo de histórico, tenham se arrependido mais do que você, não é essa questão ou que amem mais a Deus do que você, o fato de elas serem tremendamente usadas por Deus (o que não é uma regra), mostra apenas o quão longe estiveram da graça de Deus e do quanto necessitam dela para vencer! Exemplo: para cada tijolo de maldade que existe em nós, Deus vem com dois tijolos a mais de bondade. Veja que verdade terrivelmente maravilhosa é essa, de que o nível da bondade de Deus revela o nível da nossa maldade, porque só o bem, que é a graça derramada, pode vencer o mal. Entenda, não é você que é bom, é Cristo que opera em você por meio do Espírito Santo, que faz a diferença. Cristo morreu e consumou todas as coisas, pagando toda a nossa dívida e levando todas as nossas maldades na Cruz do Calvário, para que fossemos feitos justiça d’Ele. O fato de eu estar em um hospital não faz de mim uma médica, assim como o fato de eu estar em uma igreja não faz de mim uma pessoa boa ou salva. O fato de ser uma juíza não faz de mim alguém justa, Cristo fez tudo isso por nós na Cruz, por isso que a Sua bondade reflete tanto em nossas maldades. O nosso fazer revela apenas o quão incapazes somos. Quando me dei conta dessa verdade e vi o quanto Deus é bom comigo, fiquei em choque, porque senti temor e tremor ao me deparar com a maldade que habita em mim, vendo o quanto necessito de Sua bondade diariamente para vencer. Não queira ser bom e nem justo por suas forças, Ele já fez isso por você, apenas reconheça a bondade d’Ele em sua vida e deixe que Ele opere em você e através de você com bondade e justiça.