Há um lugar de intimidade com o Aba Pai, Paizinho, o dono das batidas do meu coração, que nos tira da dimensão natural e nos transporta para o sobrenatural, acima da eternidade. Um lugar onde o Espírito Santo nos conduz às comportas mais profundas e ocultas do coração de Deus e onde descobrimos que Jesus é santo, mas não é tão “sério” quanto a religião nos ensinou. Na verdade, descobrimos que Jesus é o perfeito amor, um verdadeiro gentleman e acredite, Ele ama dançar e louvar ao Pai. Ele não fica sentado a destra de Deus apenas recebendo glórias, pelo contrário, Ele interage com os seus irmãos e os respeita, que somos nós (Romanos, 8:29). Quanto mais buscamos conhecer a Deus, mais esse lugar de intimidade torna-se o nosso mundo real, o lugar onde tudo já está feito.
Sempre amei a história de Moisés, porque mesmo estando na Lei, ele tinha intimidade com Deus, conversava com Ele a ponto de seu rosto brilhar por causa da presença majestosa de Seu amigo íntimo, Deus, mas nem sempre fui assim. Eu não tive um pai natural na minha criação. O meu pai biológico faleceu quando eu tinha dois anos e meu padrasto não foi um bom pai para mim, ele fez coisas que me machucaram por anos, com isso, não conheci o que significava ter um pai. Eu não sabia o que era receber carinho ou sentar no colo de um pai sem ter receio, muito menos de receber proteção, afinal, eu era muito agredida verbalmente por meu padrasto, que bebia muito e não media as palavras. Até que um dia, eu descobri que tinha sim um Pai, que me ama acima de tudo. Um Pai eternamente apaixonado por mim e que ama quando o chamo de Aba. Ele se tornou o motivo do meu respirar. A vida sem Ele não tem sentindo, mas no começo de minha caminhada cristã, não foi fácil aceitá-Lo como Pai, era mais fácil aceitá-Lo como o “Senhor Deus Soberano”, sentado em Seu alto e sublime trono, com o Seu cetro de justiça pronto para me punir se eu pecasse. A minha alma era tão machucada, que não conseguia vê-Lo como um Pai Amoroso, de forma nenhuma! Via apenas um Deus que se eu acertasse Ele me abençoaria, mas se eu errasse, teria até a minha quarta geração amaldiçoada. Eu tinha verdadeiro medo de Deus, porque eu tinha um pavor do meu padrasto.
Por causa das raízes de amargura e da busca por aprovação humana, com o passar dos anos, mais eu me frustrava pelo fato de não entender como era possível aquele Deus ser meu Pai. Contudo, Ele não desistiu de mim, dia após dia Ele tentava me conquistar. O fato é que eu queria entender como era possível aquilo acontecer entre Deus e um homem mortal e pecador. E foi nesse momento, que o Espírito Santo (meu melhor amigo e companheiro amável) veio com o Seu amor e passou a curar a minha alma. Nessa época, o Espírito Santo era a Pessoa mais distante para mim da Trindade, até que recebi muitas curas e comecei a conversar mais com Ele no lugar secreto. Fiquei curiosa em saber quem Ele era, do que Ele gostava, como fazia para conhecer cada coração. Eu queria conhecer o poder d’Ele e saber qual a Sua cor favorita (risos), embora eu tenha descoberto em nossas conversas maravilhosas, que suas cores favoritas são as mesmas que estão ao redor do trono de Cristo (Apocalipse, 4:2-3); as mesmas cores que estão no Tabernáculo (Êxodo, 26:1) e que compõem o arco-íris em dia de chuva, a aliança de Deus com o homem (Gênesis, 19:12-13).
Dos três, o Senhor Jesus sempre foi o mais chegado para mim, afinal, Ele me entendia melhor porque tinha sido carne como eu, porém, O tinha como aquele irmão mais velho que dá umas broncas quando a gente erra. Meu relacionamento com os três, na verdade, era muito vago e distante da realidade de quem São! Minha oração era de alguém que não morava na mesma casa, eu servia a Deus me portando com Ele como se estivesse diante de uma grande autoridade do qual não tinha intimidade nenhuma. O fato é que não me via como filha do Rei, apenas como serva, eu não conhecia a liberdade, “porque foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gálatas, 5:1). Eu não sabia ser filha, apenas serva, não havia aprendido a me portar dentro de casa, afinal, eu vivia com medo do meu padrasto. Eu não tinha liberdade dentro da minha própria casa quando criança, por isso que ser amada por Deus como Pai, era algo inacessível para mim, mesmo que as pessoas falassem e eu respondesse: “sim, que lindo. Aleluia!” O fato é que dentro de mim eu não entendia. Até que um dia decidi conhecer Deus mais de perto, para isso, chamei o Espírito Santo, que a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus, para que me apresentasse Ele de uma forma que nunca havia conhecido antes, da forma correta. Para a minha surpresa, o Senhor Jesus me disse: Quem me vê a mim, vê ao Pai, porque eu e o Pai somos um (João, 14:9). Aquele versículo sempre esteve ali, eu até o sabia decorado, mas, naquele momento, ao ouvi-lo diretamente do meu Amado Jesus, algo mudou dentro de mim como um estalo e eu O convidei para ser meu amigo e, para me mostrar como Ele realmente era, e acredite, Ele aceitou o meu convite. Aleluia! Não estou falando aqui de situações figurativas não, foi exatamente assim, eu estava sozinha em meu quarto e para quem me visse de longe, ia achar que eu estava conversando sozinha ou no mínimo louca.
Com o passar do tempo, a leitura da Palavra de Deus foi se tornando cada vez mais prazerosa e o nosso relacionamento foi se fortificando, as revelações do Espírito Santo foram ficando mais profundas, as viagens no universo com Jesus haviam começado e eu já não sabia ficar um dia sem falar com o Espírito Santo e com o meu melhor amigo, Jesus Cristo, minha paixão maior. A prática da oração em línguas, para edificação pessoal, me aproximou muito do Espírito Santo e da meditação na Palavra, as letras da Bíblia começaram a saltar diante dos meus olhos espirituais, e tudo o que eu lia apontava para Cristo, comecei a conhecer uma Bíblia dentro da Bíblia e incrivelmente, tudo o que eu lia, só apontava para Cristo. Como pode ser isso? Por que eu não via isso antes ou por que ninguém me ensinou isso? O fato é que quanto mais eu via a pessoa de Cristo, mais eu via a Deus como Pai (lágrimas)… Incrivelmente, comecei a ver um Pai Amoroso que me ama da mesma forma que ama a Jesus. Quanto mais o Espírito Santo me revelava à Pessoa de Jesus Cristo na Palavra escrita, mais eu me pegava desejosa para conhecer o Pai. Passei a achar lindo o amor de Deus por nós, não eram mais versículos soltos no livro da capa preta, era sobre alguém real, porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna (João, 3:16). Sem perceber, o meu relacionamento com a Pessoa de Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, me levou a conhecer a Deus não mais como um “Senhor Soberano” sentado em Seu trono celestial, com um cetro de justiça nas mãos, mas como um Pai Amoroso. A partir daquele momento, tive tantos encontros lindos com os três, que já não conseguia ficar longe Deles. A dependência Deles foi aumentando, a ponto de chorar por horas só esperando sentir o Seu doce perfume.
Até que um dia, na sala de minha casa, eu ouvi a voz de Deus me chamando. Lembro-me de estar lavando a louça e aquela voz tão viva e audível no meu espírito, me fez tremer da cabeça aos pés… eu reconheci aquela voz, era Deus, Ele estava me chamando. Não era Jesus e nem o Espírito Santo, aquela era a voz de Deus, dizendo: “Filha, larga tudo o que você está fazendo e venha aqui ficar comigo, estou com saudades é o Papai”. Normalmente era eu quem chamava por Ele, mas naquele dia Ele é quem chamava por mim! Aquela voz me chamou por três vezes e eu não resisti. Era uma voz tão amorosa e meiga, que eu queria estar com Ele. Lembro-me de correr para a sala do meu apartamento com as mãos ainda molhadas, prostrei-me aos Seus pés, agindo como serva que aprendi a ser. A presença do amor Dele era tão forte que comecei a chorar. Ele então veio e me segurou pela mão direita, dizendo: “Não chore filha, levante-se e venha dançar comigo”. Levantei-me pensando: estou louca! Deus está aqui! Coloquei então os meus pés sobre os pés Dele e começamos a dançar, naquele momento, pensei: “Deus está aqui mesmo, dançando comigo”, e me atrevi a falar com Ele: Senhor, porque faz isso comigo? Quem sou eu para que ames tanto assim? E Ele então me disse: “Tu és minha Filha, a menina dos meus olhos, a minha princesinha… Sabe filha, todos os dias eu salvo muitas almas por meio do meu Filho Jesus, mas poucas são aquelas que me dão a oportunidade de conquistar o seu coração”; e lhe disse: “Senhor, tens o meu coração, agora me diga, o que posso fazer para conquistar o teu coração? E a resposta Dele foi a mais simples que eu poderia ouvir na vida: “Filha… me chame de Aba Pai, Paizinho, Eu Sou o teu Papai” (escrevo essas palavras com muitas lágrimas). Eu chorava tanto, que enquanto dançávamos, com os meus pés sobre os Dele, me via ali como uma criança sendo levada pelo Pai e tudo o que eu conseguia dizer naquele instante, era: “Aba, Aba, Aba, meu Aba! Amor da minha vida, Papai”, naquele dia eu pude ouvir as batidas do coração Dele e eu fui curada de todas as mazelas do passado em relação ao meu padrasto. Daquele dia em diante, não consegui mais viver sem ouvir aquelas batidas. Anseio a cada segundo por esse lugar de intimidade, produzido no lugar secreto, porque foi lá que eu descobri que tenho um Aba, meu Pai, Paizinho, o amor da minha vida, o dono das batidas do meu coração e é para Ele que vivo, e é por Ele que escrevo essas palavras, porque, na verdade, não há palavras para descrever tamanho amor.
Hoje, dançamos quase todos os dias. A intimidade foi crescendo e Ele passou a me contar como são os dias Dele acima da eternidade.  Compartilhamos segredos, Ele é claro revela os mistérios contidos em Sua Palavra, que saltam no meu espírito, dos novos mundos e galáxias que Ele ainda cria no Universo com a palavra dita no princípio: ‘Haja luz e houve luz!” (Gênesis, 1:1). Ou do dia em que Ele me chamou, dentro do carro, só para me contar que havia feito uma estrela nova e colocado nela o meu nome, sim isso é verdade e não é soberba, há uma estrela esperando por você também. O nosso relacionamento tem melhorado a cada dia e até pergunto coisas estranhas Dele que não teria coragem de perguntar a ninguém e, acredite, Ele me responde. Certa noite, enquanto assistia ao culto na minha igreja local, durante a ministração da Palavra, Ele assentou-se ao meu lado e me falou algo que marcará a minha pregação até o fim de meus dias, dizendo: “Minha amada filha, princesa do Papai, eu te escolhi para ensinar às pessoas sobre a minha intimidade e essa será a pregação da sua vida, mas para isso, você dependerá das batidas do meu coração todos os dias”. Foi tão forte ouvir aquelas palavras, que eu apenas chorava compulsivamente, afinal, aquela menina que não sabia o que era ter um pai e que sofreu tantos abusos, que não sabia o que era receber o carinho de um pai e cheia de medos, havia sido aprovada para ministrar INTIMIDADE COM O PAI CELESTIAL. O nosso Aba realmente escolhe as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias e as fracas para confundir os fortes (1 Coríntios, 1:27). Desde então, tenho falado, escrito e ministrado sobre onde a intimidade com Deus nos leva, sobre Mateus 6:6. Desejo ardentemente que você conheça esse lugar e nunca mais sai dele.
Dedico este estudo ao meu
Aba Papai, Paizinho, Te amo!
 
Livres pela Fé

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