O choro pode Durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã (Salmos 30:5). Conheço esse versículo desde criança e com o tempo fui descobrindo que a noite é minha, mas o amanhecer pertence a Deus! Quando digo que a noite é minha, refiro-me as situações adversas e solitárias que teremos que passar na vida e não existe outra maneira de passar por elas, como diz Joyce Meyer, que não seja passando! Existem noites e noites, a minha pode ser diferente da sua, mas ambas teremos que passar, a diferença será apenas uma, passar com o Espírito Santo e ter paz ou sem o Espírito Santo e ter angustias e ansiedades na alma.

Lembro-me de na adolescência fazer todos os planos da minha vida, de me formar, fazer missões em tempo integral, casar e ter filhos (risos), uma mania culturalmente da carne e da alma, exatamente como manda a lei (religiosidade) e não foi nada do jeito que imaginei e se tivesse sido, talvez não estaria aqui escrevendo para sua edificação. Pensava, que aos 18 anos, estaria cursando uma faculdade de medicina e depois ao me formar, iria fazer missões em algum país da igreja perseguida e que teria uma história como a do missionário Josué Yrion, um homem de Deus que me inspirou e ensinou a amar missões, embora não saiba. Em minha mente (alma) eu havia feito todos os planos e nunca fizeram parte dos meus planos me afastar dos caminhos do Senhor e conhecer um lado do mundo, como o filho prodigo conheceu e voltar rastejando aos pés do Senhor reconhecendo que não há outro caminho capaz de dar vida, semelhante a Ele (Jo.14:6), que seu amor me fazia falta, que meu vazio ninguém preenchia e que minhas carências (falta de virtudes) homem nenhum, dinheiro algum ou qualquer tipo de segurança física poderiam me suprir.

Quando fazia “meus” planos, atitudes tipicamente de um cristão almático e projetando o meu futuro com Deus, pensava que a vida cristã, nada de vida no Espírito, vinha através de muitos esforços físicos e sacrifícios carnais, pensava que deveria viver uma vida diária de no mínimo seis horas de oração e três dias de jejum toda semana para ser o suficientemente boa pra Deus e com minha cega manifestação do egoísmo da “justificação própria e piedade própria” pensava que deveria sentir o peso da culpa do meu pecado até me sentir perdoada (tadinha de mim, quanta alma!) pois se eu não sentisse a culpa, eu ficava pedindo perdão toda vez que me lembrava do pecado, como se Deus fosse surdo! Aprendi que ser perdoada era ter um sentimento de perdão (alma, emoção) e não ter fé e crer que fui perdoada (Espírito, crer de verdade) simplesmente porque Ele, Cristo, já me perdoou naquela cruz e nada do que eu fizesse iria mudar isso. Pensava que quanto mais dons eu tivesse, seria melhor, pois ai sim eu seria “piedosa” e espiritualmente religiosa e morta. Mas o que eu não me dava conta é de que eu sempre seria carne, humana, tendente ao erro e nunca super-humana, não que buscar os dons, orar e se dedicar a uma vida de santificação seja errado, não é pelo contrario, devemos sim nos santificar, ou seja, separar de coisas que não edificam, mas a forma e os conceitos com que se faz isso é que podem estar errados, antes eu buscava com a minha justiça própria, ou seja, com a alma e dessa forma não agradamos a Deus, jamais. Me faltava a sabedoria e a simplicidade de uma criança, para entender como as coisas espirituais realmente aconteciam.
Em razão de ter aprendido de forma errada até os meus 17 anos, enterrada na religiosidade e na alma, recebendo ensinamentos de um fardo pesado e um julgo sofrido, eu assimilei na mente natural, o lado escuro do evangelho, cheio de sofismas e dogmas criados por homens e com isso criei gigantes na minha alma e esses gigantes se tornaram armados, perigosos e criaram fortalezas altamente fortificadas na minha alma. Eu me culpava sempre por tudo, cheia de “consciência própria” criando dentro de mim mesma uma alma rebelde, que sempre queria competir com o Espirito Santo de Deus, sempre com uma resposta religiosa na ponta da língua, com versículos decorados, aparentemente lindo, mas era só aparente! Pensava que sabia e que conhecia a Cristo, mas na verdade não compreendia o que era a graça, eu só havia aprendido o holocausto e não a misericórdia. Aprendi no caminho da religiosidade a usar os recursos da alma e da carne para buscar a Deus e isso sempre me cansava e fatigava, pois não sentia nada do sobrenatural que ouvia falar. Pensava que se não fosse boa o suficiente não adiantava, era cheia de “dadivas próprias”. Com o passar do tempo, como consequência da religiosidade e vida na alma, foi gerado dentro de mim a falta de confiança em Deus, ou seja, eu confiava mais no que minhas mãos poderiam fazer e no meu entendimento, do que no Espírito Santo e com isso uma independência de Deus foi sendo formada no meu caráter.

Aos 17 anos, conheci por meio de um apóstolo de Cristo, Ernesto Jansen, um caminho totalmente diferente daquele que havia aprendido, um caminho onde a alma não deveria governar, mas, sim o Espírito Santo de Deus, uau! passei anos para entender que não era com minhas forças, mas pelo Espírito e pela Graça, como foi difícil ensinar isso pra minha alma, que a religiosidade na verdade cega e cria muros intransponíveis para o agir do Espírito. E só após cinco longos anos dando voltas pelo deserto e sedenta da água que sacia toda a sede, que é Cristo (Jo.4:13,14), retornei aos braços do Pai e passei a compreender, não de ouvir falar, mas de viver e experimentar com meu espírito a verdadeira misericórdia, foi quando meus olhos se abriram e vi o quanto ainda era “religiosa”, uau! o véu havia se rasgado dentro de mim e só eu não via isso! (Mt.27:51). Vivi noites traiçoeiras e tantas dessas noites vividas na alma eram escuras, chuvosas, tenebrosas, com raios e relâmpagos, torcia para que o amanhã chegasse, tudo porque eu não havia aprendido a descansar em Deus, não havia aprendido a verdade sobre entrar no sábado, guardar o sábado e viver o sábado todos os dias, descansando em Deus por meio de Cristo que é o Senhor do sábado (Mt.11:28-30).

O amanhã que pertence a Deus e não a força do meu braço, só chegou na minha vida, quando entendi que deveria mergulhar de cabeça no Espírito (Jo.7:38) e foi ai que o Sol da Justiça brilhou na escuridão da minha alma e com Ele a revelação da simplicidade do Reino de Deus, do amor de Cristo, a leveza do verdadeiro evangelho que estava o tempo inteiro dentro de mim (Lc.17:20,21), mas os gigantes na alma impediam de ver. Após compreender essas verdades com a mente renovada em Cristo (Rm.12:2), a noite se tornou em um dia mais do que claro pra mim. Se você esta em uma noite difícil, de ordem a sua alma (Sl.103)  e descanse, durma no meio da tempestade, decida enxergar no meio dessa escuridão, creia que Deus cuida de todas as coisas e que a força do seu braço, não vai acrescentar nada no dia de amanhã. Não fique lamentando, remova a pedra, abra as janelas e veja o dia lá fora, já amanheceu trazendo boas notícias: A cada manhã, as misericórdias de renovam, não temas o dia hoje, pois antes mesmo que houvesse mundo, hoje é o dia que o Senhor já fez. Não coloque fardos em suas costas sem necessidade, lança aos pés da Cruz e seja livre!

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