“Nunca, jamais coma alguém
fruto de ti!”
Certa vez, após Jesus sair de Betânia, indo em direção a Jerusalém, teve fome. E, vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: “Nunca, jamais coma alguém fruto de ti (Marcos 11:12-14). Se aquela não era época de frutos e a árvore tinha folhas, por que então Jesus amaldiçoou a figueira para que secasse? O que Jesus queria naquele momento não era apenas nos ensinar sobre a fé, mas sobre o fato de sermos árvores e de, também, buscarmos outras árvores para nos alimentarmos, pois está escrito: Sujeitai-vos uns aos outros, por temor a Cristo (Efésios, 5:21).
Sujeitar-se uns aos outros em amor é se alimentar do que o outro pode oferecer para a sua edificação, afinal, estamos sujeitos a unção que opera uns nos outros. Um só é o corpo, mas existem muitos membros, com funções e também unção diferentes. Toda esta história de Jesus com a figueira se passou no Monte das Oliveiras e como de costume, todas as árvores frutíferas, primeiro colocam para fora as suas folhas e depois os seus frutos. A figueira, ao contrário das outras árvores, traz primeiro os seus frutos, depois é que ela mostra as suas folhas. Só que ali, aconteceu algo diferente, pois todas as figueiras estavam peladas, próprias, adequadas à estação e, no meio delas, havia uma figueira diferente, essa era muito frondosa (grande) e com muitas folhas, mas sem nenhum fruto. Se estivéssemos com fome e víssemos uma bela mangueira frondosa e bonita, e ao chegarmos perto nos deparássemos com um monte de folhas, certamente ficaríamos frustrados e com Jesus não foi diferente. Deus não havia feito árvores frutíferas para não produzirem frutos, ainda mais para enganarem com sua beleza frondosa, porém, a queda de Adão causou essa realidade do engano (veja aqui este estudo). Note que após a queda, quando Adão e Eva abriram os olhos naturais e perderam a visão espiritual, ao verem que estavam nus, que não estavam mais vestidos de glória, coseram, ou seja, costuraram folhas, justamente de uma figueira e fizeram cintas para si, fizeram um tipo de roupa que os ajudariam a esconder a nudez espiritual (Gênesis, 3:7). Costurar folhas de figueira para se cobrir é a mesma coisa que pegar a verdade e tentar misturar, ou seja, costurar ao engano, o máximo que uma pessoa consegue com isso é viver na religiosidade, fingindo que está vestida, mas, na verdade, a sua nudez é visível e gritante! 
Aquela figueira, na verdade, representa a religiosidade, pois a religião serve como uma capa maligna, uma cinta que costurada à verdade, usa de engano para esconder a nudez espiritual de homens e mulheres que não vivem a verdade do Evangelho. A religião nunca nos costurou ao Pai e sim a falsa glória que ela mesma produz por meio do engano. A religião é como uma árvore frondosa, com folhas verdes e cheirosas, capaz de dar uma bela sombra, mas incapaz de produzir frutos bons, por isso Jesus disse: “Nunca, jamais, coma alguém fruto de ti!” Jesus não estava apenas amaldiçoando uma pobre árvore que estava ali por acaso, Ele estava abrindo nossos olhos espirituais, para que pudéssemos ver, que todas as vezes que corremos para a religião, atraídos por sua bela aparência, o máximo que vamos obter são suas folhas, que servem apenas para esconder a nudez espiritual e oferecer uma falsa sombra, mas nunca será capaz de nos cobrir com a glória de Deus. O Pai quer que sejamos livres da religião, do governo da carne e da alma, do fardo pesado que a religião produz sobre nós, Ele quer que nos despojemos do velho homem e nos revistamos do novo que é Cristo, produzindo muitos frutos, cheios da glória de Deus, somente assim, seremos árvores plantas junto a ribeiros de águas, como no princípio.
Somos vistos por Deus como árvores que podem dar frutos e os frutos são suas palavras, que podem ser boas, gerando frutos bons ou podem ser más, gerando frutos maus, porque a boca só fala o que está cheio no coração, ou seja, as palavras revelam o que está na sua alma, mesmo que haja engano no começo, mas o fim será sempre a morte. Logo, devemos produzir frutos bons e, se uma árvore, por ventura, não estiver n’Ele (em Cristo), será cortada e lançada ao fogo: Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo (Mateus, 7:19). Sendo assim, somos árvores que produzem frutos, palavras, logo, a figueira representa a religiosidade e nós somos árvores que podem ser religiosas, vivendo no engano ou não. 

O desejo do Pai sempre foi o de nos levar novamente para a origem de tudo, de onde nunca deveríamos ter saído, do jardim verdejante, que vivia sempre na primavera, dando frutos gloriosos. Você não precisa morrer nesta vida para alcançar essa promessa, basta morrer, ainda estando vivo, renunciando-se a si mesmo e esse jardim vistoso, que vive na primavera, será plantado na Terra mais fértil  lavrada pelo Pai, que é o seu espírito!
Livres pela Fé

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor digite seu nome